SOS EQUATORIAL

“Nunca passamos tantos problemas pela falta de energia elétrica”, reclamam moradores de Pinheiro Machado

Indignados com a situação vivenciada, moradores participaram de uma mobilização no trevo de acesso ao município

Preciso da geladeira funcionando para o remédio do meu neto, ele é hemofílico, é questão de saúde”. Desta forma a moradora da localidade do Passo do Sabugueiro, interior de Pinheiro Machado, Geneci Pereira, iniciou a contar a reportagem do Tribuna do Pampa acerca do drama vivido pelas constantes falta de energia na região e a demora do restabelecimento.

Ela conversou com o TP durante a realização do Movimento SOS Equatorial, promovido pela Prefeitura de Pinheiro Machado após uma iniciativa da vereadora Elizete Baldez (Progressistas). A ação contou com representantes também de Hulha Negra, Pedras Altas e Piratini. Prefeitos, vereadores, secretários e comunidade se reuniram no trevo de acesso à cidade, pela BR-293, com a faixa “SOS Equatorial – Alô Equatorial estamos aqui para exigir energia de qualidade. Pagamos por isso!”. Na ocasião, também foi feita a entrega de panfletos para veículos que cruzavam pelo local.

Geneci Pereira relatou ao jornal o drama vivenciado quando falta energia, pois precisa guardar medicamento na geladeira Foto: Silvana Antunes TP

Geneci contou a reportagem nunca ter passado por momentos tão difíceis quanto os atuais depois que passou da CEEE para o Grupo Equatorial Energia. Ela diz ficar desesperada, pois necessita guardar na geladeira um medicamento utilizado pelo neto hemofílico, de 9 anos. “Ganho o medicamento pelo governo, busco em Pelotas, meu neto toma três vezes por semana e não pode ficar fora da geladeira por muito tempo. Antes faltava luz e em seguida já arrumavam. Estão de brincadeira conosco, chegam a levar seis dias para restabelecer a energia. Ligo em desespero e peço que liguem por causa do medicamento. Às vezes sou atendida, mas outras vezes demora muito”, relatou Geneci, acrescentando que na sua propriedade não tem açude e que sem luz também acaba ficando sem água.

A moradora ainda ressaltou ser um descaso com a população, visto os funcionários não terem conhecimento do serviço. “Colocaram umas pessoas que não sabem nada. Eu ligo e digo onde é o problema, pois já ocorreu de irem duas vezes no dia na minha casa. Não sabem identificar onde é o problema”, afirmou.

Ana Cristina ressaltou que fica sem energia até em dias de tempo bom com sol Foto: Silvana Antunes TP

Ana Cristina Pereira, moradora do Passo da Libânia, divisa com Piratini, relatou ao jornal que fica sem luz na residência sempre que começa a chover e algumas vezes até mesmo com sol. “Tu liga para a Equatorial e eles chegam a levar quatro dias para vir resolver o problema. A primeira vez que aconteceu eles levaram dez dias pra vir e era a chave que tinha caído, fácil de resolver. Depois, caiu de novo, solicitamos a equipe e já avisamos que era a chave e arrumaram. Em um dia de sol também ficamos sem energia, solicitamos e vieram, porém não dava pra ligar nada, a luz ficava piscando, era o mesmo que não ter. São muitos transtornos, além da falta de luz para uso próprio residencial, também ficamos sem água porque não podemos ligar a bomba pra puxar água. Alimentos que eu tinha na geladeira estragaram e tive que colocar no lixo. É uma falta de respeito com o consumidor”.

Gauchinho do acordeon disse ter problema com os animais que fogem do campo ao não ter luz Foto: Silvana Antunes TP

Clair Pereira de Azambuja, o Gauchinho do acordeon, também conversou com a equipe do TP. Com propriedade no Passo do Machado, ele relatou que semanalmente está ficando sem energia elétrica na propriedade, o que lhe causa problemas com os animais. “Tenho criação de animais com potreiros com choque. Então sem energia é bicho saindo do campo e tenho que estar buscando. Sem contar que ficamos até sem água em razão da falta de energia”. Ele mostrou indignação com a cobrança na conta de energia a ser paga. “No mês de setembro ficamos muitos dias sem energia e fomos cobrados com um valor que fiquei apavorado, pois não tinha o serviço. Não houve redução no valor, mesmo estando sem energia. Fico indignado que as pessoas não participam de ações como esta de hoje, não compartilham suas indignações, até mesmo para as autoridades do nosso município terem mais força para as cobranças”, afirmou.

ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*

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