OPINIÃO DO TP

O carvão como força de desenvolvimento regional

O carvão mineral não pode ser demonizado, desrespeitado e subjugado como vem acontecendo nos últimos tempos. O carvão mineral foi o responsável por chegarmos até aqui. Não fosse o carvão, a humanidade não teria os avanços tecnológicos e científicos que teve. Foi  ele que nos moveu, como um motor de propulsão, para as grandes descobertas e para que nossas vidas fossem mais confortáveis, apesar de que boa parte dos 8 bilhões de seres humanos (marca alcançada esta semana) que habitam o planeta ainda não consigam usufruir de todas as benesses do desenvolvimento, mas isso é um outro debate.

Não se nega a urgência climática, muito pelo contrário. Não se trata disso e jamais aqui neste jornal vai se tratar de se fazer a negação dessa constatação científica. O fato é que, especificamente o Brasil, diferente do mundo, se usa de forma racional o carvão mineral. É fato que precisamos priorizar as energias renováveis e o Brasil já faz muito bem e há muito tempo esse dever de casa. Porém, há regiões como a nossa, que são dependentes desta indústria, que por aqui avançou substancialmente em minimizar os impactos ambientais tanto na mineração como na geração de energia elétrica, além de terem uma relação importante com os trabalhadores, que em comparação com diversas outras categorias, possuem salários e condições decentes de trabalho.

O que se pede aos governos é um tratamento diferenciado para Candiota e as regiões brasileiras (e são poucas) que possuem essa riqueza, que como dito, já fez muito pela humanidade. Somos o único polo industrial em mais de 600km numa região sabidamente desindustrializada e com indicadores econômicos e sociais bem abaixo do satisfatório.

Fechar a indústria do carvão mineral pura e simplesmente é de uma ingratidão e de um erro político-histórico sem tamanho. É certo que sustentabilidade não se obtém apenas com o ambiental, mas sim tendo o equilíbrio social e econômico também. A história cobrará alto se não houver tolerância com a exploração do carvão mineral no Brasil.

Sem esquecer da geração de energia elétrica e o cimento que utiliza as cinzas (que é subproduto da queima), há alternativas, como a carboquímica, já pesquisada pela Universidade Federal do Pampa (Unipampa) e outras iniciativas científicas comprovadas, que pode nos transformar num polo de produção de amônia (via gaseificação), que é matéria-prima para a fabricação de nitrato de amônia e ureia – importantes fertilizantes que o agro brasileiro (um dos motores de nossa economia) importa e é dependente do estrangeiro em mais de 90%. A Guera da Ucrânia trouxe uma dura realidade neste sentido.

Enfim, as possibilidades estão postas, basta vontade política e claro seguirmos lutando por aqui. Não iremos permitir, sob nenhuma hipótese alguma, que nossa riqueza não tenha qualquer valor como querem alguns.

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