O futebol e o jogo

O jogo de apostas no Brasil é legalmente proibido, mas é uma realidade de sempre. Desde que existo vejo jogo de azar para tudo que é lado. O mais normal foi conviver com o jogo do bicho que com o tempo pode ter sido o embrião da máfia que banca a distribuição de drogas.

Cassinos nem pensar.

Recentemente, umas tais de não sei o que “bet” surgiram por aí nas redes de internet e sem maiores regulamentações colocaram no mercado as apostas ao arrepio do Estado, das leis e das autorizações legais. Seguiram no caminho do Uber, das empresas que manipulam os mercados de bitcoin, e por aí vai.

Ninguém sabe quem está por trás destas “bet”. Eu nem sei se estou escrevendo corretamente, mas vejo que os nomes de empresas de apostas sempre terminam em “bet”. Patrocinam times de futebol e alavancam as receitas das grandes empresas de comunicações do país. Além de contratarem figuras ilustres que tentam fazer crer que apostar pode ser um bom negócio. Não é.

Por alguns motivos que eu não lembro andei apostando raríssimas vezes alguns trocados e sempre perdi. Quase sempre nem conferi o resultado. Certa vez, porém, numa rifa, ganhei uma bicicleta que logo após receber me foi roubada. Nunca preenchi uma cartela de bingo.

Voltamos ao futebol.

Embora exista uma certa magia que envolve o meio futebolístico e os altos salários ganhos pelos jogadores, a realidade mostra que a grande maioria dos atletas que atuam no futebol ganham pouco. Também é realidade que tem de repartir os vencimentos com empresários, dirigentes, treinadores, jornalistas, etc… Quando me dizem que um “cabeça de bagre” assinou contrato por R$ 300 mil fico pensando: – Se sobrar R$ 30 mil para ele é muito. Assim eu vejo o meio do futebol. São raros os que tem autonomia para estabelecer o que pretendem ganhar e de fato ganham a maior parte dos valores dos contratos que fazem.

Além do mais, muitos clubes contratam, mas não pagam. E mais, muitos jogadores só conseguem contratos por poucos meses do ano e com baixos salários.

Neste universo, entra em campo a oportunidade de apostas envolvendo bilhões de reais por ano no Brasil. Ser humano é um ser que pode ser honesto se for controlado. Se souber que será punido quando cometer um deslize. Caso contrário, já diz o ditado popular, “cada homem tem o seu preço”. Vale para todos? Não, mas as exceções não invalidam a regra.

Na imprensa, denúncias e apurações pipocam por todo lado. Melhor é pensar que o futebol sempre foi como é. Com ou sem apostas as fraudes sempre existiram. Então, vamos continuar torcendo e acreditando no próximo título.

ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*

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