A comunicação

Tenho abordado termas diversos procurando fugir da pandemia em todos os sentidos, inclusive ao escrever. Mas de vez em quando é preciso, talvez.
O presidente, depois de se dar mal nas eleições municipais e ter observado sua popularidade cair bastante em razão do desempenho no controle ou no descontrole da pandemia de coronavírus, saiu vitorioso nas eleições da Câmara e do Senado. O único presidente que peitou o Congresso Nacional porque se achava, uma vez eleito pelo povo, foi Collor de Mello e lá se vão trinta anos. Foi cassado.
Pagando bem, o parlamento nacional é atencioso com o bom pagador.
Dilma se achava. Pensou que dizendo desaforos a subalternos se daria bem. Caiu também.
Bolsonaro comprou o “centrão” ou o “centrão” comprou Bolsonaro. Vai saber. Ganhou o velho “toma lá, dá cá”, de sempre.
Quem lê esta coluna sabe que é sempre assim.
Pior é observar esta parte do povo que se diz de esquerda. Nunca houve, no tempo em que estou vivo, esquerda mais incompetente que esta que temos hoje.
Na Câmara, deputados oposicionistas fizeram coro de “genocida” para Bolsonaro, como muitos estão fazendo este coro na internet e por aí. O presidente ironizou, como ensina o livro de comunicação, “nos vemos em 2022”.
Genocida não é uma palavra usada no vocabulário da maioria do povo brasileiro. Muitos destes, sequer sabem o que quer dizer “genocida” e muitos também nunca ouviram falar de genocídio ou estudaram sobre o assunto.
O presidente aglomera e não está nem aí para o resultado das aglomerações que faz. A maioria do povo brasileiro também aglomera e não está nem aí para o resultado das aglomerações. Quando você sugere que alguém é genocida porque aglomera está chamando a maior parte do povo brasileiro de “genocida”. O povo, claro, não vai gostar.
O presidente ironiza. É tosco, mas não é burro. Estudou como se comunicar com o povo. O problema da esquerda brasileira é que não gosta de estudar. Se aprofundassem seus conhecimentos, saberiam que o povo brasileiro aprecia “rir e provocar”. Os ricos e os pobres deste país estudam pouco, a maioria. Não apreciam ouvir e nem entendem análises profundas.
Ganhar as próximas eleições dos governantes atuais do país seria fácil, nem precisaria de muito esforço, se a oposição se unisse para fazer um discurso que o povo entenda e que não ofenda este mesmo povo.

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