O momento histórico

marco

Nos últimos dias, acompanhamos o arrastado desenrolar, no Senado, do julgamento que acabou cassando o mandato da presidente eleita Dilma Roussef.

Dilma estava quase completamente só e o povo assistiu, omisso. Os que não eram muitos, e que no início do processo afirmavam “não vai ter golpe, vai ter luta”, haviam desistido, faz tempo.

A destacar, ao lado de Dilma, o desempenho de José Eduardo Cardozo, na defesa. Este, sabia que falava para portas fechadas, algumas taperas enraizadas no Senado. Mas falou como se pudessem ter eco suas palavras.

A esmagadora maioria dos senadores não queria ouvir e não ouviu, mas queriam falar seus cansáveis discursos repetitivos supostamente coerentes.

Dilma não caiu porque cometeu crime de responsabilidade. Se foi, e pode até ser que tenha sido, foi muita pena para pouco crime. A decisão foi política. Temer foi eleito por sessenta e um senadores.

Resta analisar, se é que ainda vale a pena, o que levou a presidente a este momento. A história vai repercutir este momento. O que resultará deste episódio?

Dilma não tinha perfil pessoal para ocupar o cargo de presidente do Brasil. Chegou lá por decisão de Lula que, não vislumbrando nada melhor, optou por ela. Após um primeiro mandato que terminava em evidente decadência, foi reeleita porque a opção era  Aécio Neves, sua história suspeita e seu sorriso imbecil. Ganhou por pouco.

Teve os votos de pouco mais da metade dos brasileiros que votaram no segundo turno. Destes votos favoráveis, significativa parte veio em razão da caótica opção. Naquele momento, a maioria dos brasileiros não queria sua reeleição.

Com os anos de poder, Dilma construiu sua trincheira, onde muito poucos tinham acesso. Se afastou de senadores e deputados. Foi atacada de todas as formas pelos grandes meios de comunicação, que não deram folga às denúncias sobre tudo que a envolvia e sobre todos que estavam ao seu redor.

Impopular e desajeitada, segundo o jornal francês “Le Monde”, Dilma tinha a seu favor, nos últimos dias, não mais que sussurros de raros. Algum debate, dizem, havia nas chamadas “redes sociais”, mas estas não movem tantos moinhos quanto alguns acreditam.

No futuro, a fragilização dos governos, dos executivos, prefeitos e governadores, principalmente, será o resultado mais visível deste processo. Sorte nossa é que tudo vira passado distante em poucas horas, nestes tempos internéticos.

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