SEM PRECONCEITO

Orientação sexual não define caráter e dignidade

Por Anderson Ribeiro

Wilson Lucas é ex-vereador em Pinheiro Machado Foto: Divulgação TP

O ex-vereador de Pinheiro Machado, Wilson da Rosa Lucas, 56 anos destaca que há alguns anos a homossexualidade era tratada como distúrbio mental. Embora tal condição tenha sido desconsiderada pela OMS, o preconceito continua enraizado na sociedade, apesar dos inúmeros movimentos sociais realizados em prol da inclusão de gênero. “O fato de ser homossexual nunca me impediu de viver e ser feliz, porém tive que desenvolver alguns bloqueios como forma de autoproteção. Tive uma excelente base familiar, onde fui ensinado a respeitar o próximo apesar de qualquer diferença. O que infelizmente não é a realidade do mundo em que vivemos, o que me levou a adotar a discrição como estilo de vida”, explica Lucas.
“Sou consciente de que não possuo nem um direito a mais ou a menos que qualquer outra pessoa, mas a realidade é que a sociedade nos rejeita por ser como somos o que é completamente visível no mercado de trabalho, o que antigamente forçou muitos jovens a aderir ao mundo da prostituição e todas as consequências que isso traz. Eu me considero um vencedor. Tenho amigos de todos os gêneros e classes sociais. Tive todas as oportunidades na vida. Fui representante na vida política e continuo sendo na vida pública. Tenho uma família maravilhosa que está sempre ao meu lado, que me admiram e apoiam”, ressalta.
A história de vida e os desafios enfrentados nunca o deixaram perder o sorriso e a serenidade ao lidar com as pessoas em sua volta. Toda sua atenção e carinho pelos seus semelhantes ainda o fizeram adotar duas meninas. Em uma reportagem publicada pelo Tribuna do Pampa, em junho de 2019, as gêmeas Carla e Laura Teixeira, relataram que o pai é motivo de orgulho. “Sabemos da importância de levantar essa bandeira que ainda é sim coberta de muito preconceito. As pessoas precisam entender que não é a orientação sexual que vai definir caráter e dignidade, elas só precisam aceitar e respeitar uns aos outros e isso basta”, enfatizaram as gêmeas.

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