AS URNAS FALAM
Sempre, os resultados das urnas expressam muito mais que a frieza dos números. Se costuma dizer e com muita propriedade, que as urnas falam com seus resultados. Não à toa que os partidos e as coligações – derrotados principalmente, mas os vitoriosos responsáveis também devem fazê-lo, uma avaliação do que a eleição e consequentemente o povo expressou com a votação. Há muitos recados das urnas, senão vejamos.
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Em Bagé, por exemplo, mesmo que a jornalista Roberta Mércio (PL) tenha tentado e até com certo sucesso se desvencilhar da imagem do atual prefeito Divaldo Lara (PRD), se apresentando como a nova política e a mudança, pesou a sua identidade governista (pois foi coordenadora de Comunicação da Prefeitura) e o desgaste de 8 anos de um governo muito marcado por denúncias e operações policiais. O deputado estadual e agora eleito prefeito para comandar o município por mais quatro anos, Luiz Fernando Mainardi (PT), soube explorar toda essa situação, além de sua história, prestígio eleitoral e também sua aliança com o governo Lula, já que nas eleições de 2022, a Rainha da Fronteira votou, diferente do RS, em Lula para presidente.
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Na Terra da Festa do Colono, Hulha Negra, a insistência de Fernando Campani (PT) foi fundamental para a sua eleição para um segundo mandato na história da cidade (já havia sido prefeito de 1997 a 2000). Também pesou bastante o fato de haver três candidaturas. Campani retorna com a proposta clara de dar mais atenção aos assentamentos, atuando forte na questão das estradas e o outro desafio é a questão da água. Em 2000, ele não conseguiu se reeleger, quando enfrentou na época o ex-prefeito Marco Antônio Ballejo Canto – seu aliado nesta eleição.
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Na Câmara, Campani vai governar com a maioria, sendo que o PT elegeu três vereadores e o PSB do vice eleito André Bexiga fez dois vereadores. O PDT e PP encolheram, ficando com um e dois vereadores respectivamente. A oposição é completada com uma vereadora do PL, Luciane Piegas, aliás, a única mulher eleita. O eleitorado hulhanegrense preferiu não renovar significativamente a Câmara, quando apenas 30% da nova legislatura (2025-2028) será de novos parlamentares, sendo que ainda uma das vagas necessariamente seria trocada porque a vereadora Tanira Ramos (PL) concorreu à prefeita.
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O prefeito Luiz Carlos Folador (MDB) bateu seu próprio recorde de mandatos, quando agora se reelegeu para governar pela quarta vez a Capital Nacional do Carvão. Folador já havia superado Odilo Dal Molin na última eleição, quando conquistou seu terceiro mandato. Agora, com a reeleição, ele terá dois mandatos pelo PT (2008-2016) e dois pelo MDB (2021-2028). Quando terminar seu quarto mandato, terá governado 16 anos, quase a metade da idade da cidade, que em 2028 estará com 36 anos.
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Desde 2008 que Folador não perde uma eleição majoritária em Candiota. Como dito, ganhou duas pelo PT, fez o sucessor Adriano dos Santos em 2016 e depois, já pelo MDB, bateu duas vezes o próprio Adriano. Aliás, na história eleitoral de Folador em Candiota, não há derrotas eleitorais. Se elegeu duas vezes vereador e quatro para prefeito. Um fenômeno eleitoral, com toda a certeza.
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Mais uma vez, Folador vai governar com maioria na Câmara, contudo, ao que tudo indica terá uma oposição jovem e combativa formada pelos três vereadores do PT. Falando em Câmara, a votação recorde de Fabrício Moraes, o Bibi, com 976 votos, perfazendo 14,5% dos votos válidos (com toda certeza um dos maiores índices do Brasil) é outro fenômeno e que já coloca na ordem do dia as eleições municipais de 2028 com ele como candidatíssimo a prefeito. O experiente Gildo Feijó, correligionário de Bibi, bateu seu próprio recorde de votos, também com uma votação expressiva (619 votos), sendo o segundo mais votado da cidade e certamente é nome para 2028. No PT, a vereadora Luana Vais com seus 404 votos também se credencia a um cargo majoritário nas próximas eleições, assim como o atual vice-prefeito Paulinho Brum com seus 410 votos.
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Ainda falando em Câmara de Candiota, a renovação foi significativa com quatro novos – uma pena que elegeu apenas uma mulher. O perfil da próxima legislatura é de jovens parlamentares, abaixo dos 40 anos e isso aponta para a renovação da política local. É de se conferir o desempenho.
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Haverá mudanças logo após a posse em janeiro de 2025, quando Bibi deve retornar para a Secretaria de Saúde, assumindo na Câmara a primeira suplente do MDB, Hulda Alves. O vereador Diego Lima (MDB) também pode reassumir a Secretaria de Cultura, abrindo vaga para o segundo suplente emedebista, Adriano Revelante. Outro que reivindica uma Secretaria, a de Agropecuária e Agricultura Familiar, é o vereador reeleito pela quarta vez, Ataídes da Silva. Se confirmar, quem assume em seu lugar, caso as outras trocas aconteçam também, é o terceiro suplente do MDB, Jonas Morais, o John.
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Seguindo na eleição da Câmara candiotense, os assentamentos perderam representatividade com o pleito do último domingo. Há hoje quatro vereadores ligados a esta região e a partir do ano que vem apenas dois – Ataídes e Luana Vais. Por outro lado, as localidades de Seival e João Emílio ganharam representantes – Diego Lima e Marcelo Belmudes. Axel Costa aumenta a representatividade da Vila Residencial, que já tem Luana como moradora do lugar.
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O prefeito reeleito Ronaldo Madruga (PP) ampliou a vantagem que o elegeu nas eleições suplementares em julho de 2021 contra o mesmo adversário Danubio Peres (PDT). Agora a diferença foi de 14% (1003 votos). Em 2021 tinha vencido por apenas 279 votos. Ronaldo já passou por todos os cargos públicos da cidade: conselheiro tutelar, vereador, secretário, vice-prefeito e agora prefeito por duas vezes. É jovem ainda, com apenas 45 anos. Sua vice, a atual vereadora Laura Ratto (MDB) – outra jovem, já se credencia para a sucessão de Ronaldo.
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Na Câmara pinheirense, renovação quase que total – cerca de 80%. A população de Pinheiro Machado tem dado um recado claro nos últimos tempos em relação ao Legislativo, com renovações expressivas. Ronaldo governará novamente com maioria, porém ao que tudo indica terá mais oposição do que teve nestes primeiros quatro anos, apesar de ser apenas três os vereadores eleitos como não governistas – dois do PDT e um do PSDB. Os governistas fizeram seis cadeiras – PP fez três, MDB duas e Republicanos uma.
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Jaime Lucas (MDB), depois de cinco mandatos seguidos, tinha decidido pendurar a chuteira – não da política, mas de ser candidato, porém foi chamado para o jogo novamente e não negou fogo, se elegendo com 328 votos. É um dos políticos mais experientes da cidade e deve liderar a base governista no Legislativo, juntamente com Cássio Câmara (PP) e Rogério Moura (Republicanos).
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Em Pedras Altas, a vereadora Viviane Albuquerque, a Veca (PP), venceu o pleito, colocando o PT fora do poder após oito anos. Aliás, Veca e o atual prefeito Volnei Oliveira foram aliados nas eleições de 2020, quando ocorreu a reeleição do saudoso prefeito Bebeto Perdomo e de Volnei, que era vice dele. Em 2016, o PP de Veca não apoiou a primeira eleição de Bebeto, que estava no PSB, passando durante o mandato para o Progressistas. Volnei assumiu a Prefeitura em abril de 2022, após a morte de Bebeto. O rompimento entre o PT e PP ocorreu no ano passado.
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Veca vai governar com minoria absoluta na Câmara. O PT é majoritário, tendo elegido sete dos nove vereadores(as). A situação tem um vereador do PP e outro do PL. As mulheres, que são maioria nesta legislatura com cinco cadeiras, serão minoria na próxima com três vereadoras.
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Na região, dois ex-prefeitos não lograram êxito concorrendo a vereador. O ex-prefeito de Aceguá, Júlio Pintos (MDB), pela segunda vez seguida que tentou não foi eleito, tendo feito no último domingo apenas 27 votos. Em Pinheiro Machado, o ex-prefeito Felipe da Feira (PP) também pela segunda vez seguida não consegue uma cadeira na Câmara – lugar que já esteve no passado. Felipe ficou na terceira suplência com 206 votos. Por outro lado, dois atuais vices-prefeitos foram eleitos vereadores. Paulinho Brum (PSDB) em Candiota se elegeu com 419 votos e Rogério Moura (Republicanos) em Pinheiro Machado com 440 votos.
ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*
