
Dona Nilva (E) ao lado da mãe Cecília preparando as bolachinhas como nos velhos tempos Foto: Divulgação TP
Em Candiota, as tradicionais receitas natalinas também passam de geração em geração em algumas famílias. Na casa da dona Nilva Schwert, por exemplo, as bolachas pintadas também não podem faltar na comemoração da data.
Segundo contou ao jornal, a receita começou a ser preparada pela avó, depois pela mãe, por ela e pelas filhas, e no ano passado foi ensinado para a sua neta, que provavelmente também seguirá mantendo acesa a tradição para as gerações futuras. “Nós fazíamos as bolachas em forno de barro e tijolo, e eu lembro que a minha avó saía de casa com a gente para que a minha mãe pudesse pintar, porque na verdade, para nós era o Papai Noel que vinha pintar”, relembrou ela, dizendo que só descobriam a verdade quando começavam a frequentar a escola, por volta dos sete anos de idade.
Dona Nilva falou que a data era comemorada diferente dos dias atuais, e que os presentes eram dados na véspera, mas que a ceia natalina só acontecia no dia 25 de dezembro. “São lembranças boas que eu tenho da infância, também esperávamos para montar o pinheirinho no dia 24 para esperar o Papai Noel, naquela época todos usavam árvores mesmo, hoje em dia é tudo artificial”, comentou ela, afirmando que segue fazendo desta forma, montando a árvore apenas na véspera do Natal.
Além das bolachinhas, a família de dona Nilva também costuma preparar outras receitas, como cucas com diversos tipos de recheio e pão de amendoim. “Pensando em tudo isso e olhando para trás, faz muita falta. Era muito bom, tudo bem diferente dessa época de hoje”.

Durante a infância, dona Nilva e os irmãos acreditavam que a pintura era feita pelo Papai Noel Foto: Divulgação TP
MOMENTOS COM A FAMÍLIA
Nesta semana, dias antes do Natal, dona Nilva aproveitou para voltar na cidade em que nasceu e cresceu e visitar a sua mãe, Cecília da Silva Elsner, com 92 anos de idade. Na oportunidade, elas também prepararam as tradicionais bolachinhas, e relembraram dos momentos em família.
“Minha mãe está muito bem, tem muita saúde e eu sempre digo que ela está melhor do que eu. Moramos longe, mas sempre que possível, não apenas em datas comemorativas, eu volto para Restinga Seca, cidade que eu nasci, para revê-la. Aprendi que o Natal tem como significado o nascimento de Cristo e também de muita alegria. Quando criança, participávamos muito das missas, e lá aprendemos tudo isso”, relatou.
Ao finalizar, ela falou da gratidão de ainda ter a sua mãe por perto. “Tudo que sei, aprendi com ela, meu trabalho de artesã, as bolachas, e isso se chama amor e parceria. Quero estar sempre que possível junto”, concluiu.
ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*