MÊS DAS CRIANÇAS

Pediatra alerta para o aumento significativo de infecções em crianças

Médica bageense Priscila Vargas faz alerta para cuidados Foto: Divulgação TP

Com a proximidade do Dia das Crianças, celebrado no dia 12 de outubro, o TP conversou com a pediatra Priscila Vargas, para falar sobre a saúde das crianças no cenário atual. A profissional alertou quanto a um aumento acentuado de infecções nos últimos meses.

A retomada das atividades presenciais após períodos de isolamento total e parcial, em 2020 e 2021 é um dos motivos pelo qual as crianças estão adoecendo mais. Segundo a pediatra, o período de pandemia fez com que as crianças tivessem um ‘apagão imunológico’, pois não tiveram contato com vírus e bactérias por longo período, o que fez com que adoecessem frente aos vírus mais comuns. “A falta de contato não permitiu que o sistema de defesa se preparasse para combater esses agentes infecciosos”, explica.

Outro motivo, de acordo com a médica, foi o abandono do calendário vacinal de rotina. Dados do Unicef, mostram que três em cada dez crianças não receberam vacinas capazes de salvar vidas. No Brasil, a cobertura de vacinação contra sarampo, caxumba e rubéola (Tríplice Viral D1) caiu de 93% em 2019 para 71,49%, em 2021. Já a cobertura vacinal contra a poliomielite caiu de 84,2% para 67,7% no mesmo intervalo de três anos.

De acordo com a médica, estes fatores somados ao clima particularmente instável neste ano fizeram com que, principalmente em crianças alérgicas, ocorresse aumento de muco nas vias aéreas que ficam inchadas e congestionadas. “Dessa forma se cria um ambiente propício para quadros arrastados e infecções secundárias tanto por vírus como por bactérias, ocasionando amigdalites, otites, conjuntivites, sinusites e até pneumonias”, relatou.

Segundo Priscila, houve uma necessidade maior de uso de antibióticos. “Evito ao máximo usar antibióticos, mas este ano prescrevi muito mais do que o habitual”, pontuou. Outro problema, conforme explicou a pediatra, é que esses remédios não atingem apenas as bactérias que causam a infecção, mas também as do intestino, da pele e de toda a flora endógena, essenciais para o equilíbrio da imunidade da criança. “É o que chamamos de disbiose (desequilíbrio de bactérias), o que aumenta o risco de contrair novas infecções tanto virais como bacterianas, além dos efeitos colaterais do próprio antibiótico”, falou.

Por fim, a médica deu algumas dicas de cuidados para fortalecer a imunidade, tanto em crianças como em adultos.

DICAS PARA CRIANÇAS E ADULTOS

* Beber muita água
* Comer alimentos saudáveis e evitar ultraprocessados
* Hidratar vias aéreas com soro para impedir concentração de muco
* Realizar exames de rotina
* Tratar alergias e condições preexistentes
* Manter carteira de vacinação em dia

* Originalmente este conteúdo foi publicado no jornal impresso

Comentários do Facebook