ELEIÇÕES 2016

Pesquisa da Famurs identifica que 129 prefeitos não vão à reeleição no Estado

Eles representam 37% dos gestores municipais aptos a concorrer ao segundo mandato

Em Pinheiro Machado, o prefeito Felipe da Feira (PTB) não quis a reeleição

Em Pinheiro Machado, o prefeito Felipe da Feira (PTB) não quis a reeleição Foto: Arquivo TP

Um estudo da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) identificou que 129 prefeitos gaúchos não vão concorrer a reeleição. Eles representam 37% dos gestores municipais que estão aptos a concorrer ao segundo mandato no pleito de outubro de 2016. O percentual está próximo daquele divulgado pela Federação em abril deste ano. Na ocasião, a entidade informou que um terço dos prefeitos não se candidataria novamente.

De acordo com o presidente da Famurs e prefeito de Arroio do Sal, Luciano Pinto, a crise financeira dos municípios é o principal motivo que afugenta os gestores da reeleição. “A realidade da gestão pública municipal é preocupante. Os prefeitos estão sofrendo com a redução dos repasses estaduais e federais, o aumento das atribuições aos municípios, a interferência da judicialização na gestão pública e o excesso de rigor nos apontamentos dos órgãos de controle”, analisa.

Dos 497 municípios do RS, atualmente 148 são governados por prefeitos reeleitos e que, portanto, não poderão participar mais uma vez da disputa. Entre os 349 gestores aptos à reeleição, 219 disputarão o segundo mandato, conforme a pesquisa da Famurs, com base em dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Entre outros fatores alegados pelos prefeitos, está o desencanto com a classe política. “A população está cansada dos escândalos de corrupção, e os políticos acabam sendo todos nivelados por baixo. Pensam que tudo é farinha do mesmo saco, mas não é bem assim”, lamenta Luciano.

Segunda maior cidade do Estado, Caxias do Sul não vai contar com a participação do atual prefeito Alceu Barbosa Velho no pleito. Ele afirma não ter entrado na disputa por um novo mandato por convicção. “Sou, por princípio, contra a reeleição. A democracia não vive de reeleição. Vive de alternância”, reflete. Em Pelotas, o prefeito Eduardo Leite abdicou da candidatura com o mesmo argumento. “Para manter minha coerência, decidi não concorrer. Nosso sistema político faz com que a reeleição seja um grande problema”, alerta. Também houve desistência em outras grandes cidades como Alvorada e Viamão.

NA REGIÃO – Dois prefeitos não vão a reeleição na região de cobertura do TP. Um por decisão própria e outro por escolha do partido. O prefeito de Pinheiro Machado, Felipe da Feira (PTB) decidiu não concorrer por conta de questões pessoais e também em função da crise financeira. Já o prefeito de Pedras Altas, Fábio Tunes (PSDB) foi preterido nas prévias por Silvinho Marques.

Outros dois prefeitos tentam a reeleição: Erone Londeiro (PT) em Hulha Negra e Júlio Pintos (PMDB) em Aceguá. Já em Candiota e Bagé, os prefeitos Luiz Carlos Folador e Dudu Colombo (ambos do PT), já estão cumprindo o segundo mandato, assim como o prefeito de Piratini, Vilson Gomes Agnelo (sem partido).

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