Petrobras

A Petrobras continua em evidência, agora em razão do aumento do gás natural a partir de 1º de maio. Interessante que tenham determinado a partir de “1º de maio”, dia do trabalho ou dia do trabalhador. Ironias destes tempos de decisões políticas inconsequentes que temos vivido. Segundo a empresa, “A variação decorre da aplicação das fórmulas dos contratos de fornecimento, que vinculam o preço à cotação do petróleo e à taxa de câmbio”. Interessante.
O gás natural é usado por consumidores que recebem gás canalizado tanto para cocção (processo de aplicação de calor, modificando os alimentos, conferindo cor, sabor e odor aos alimentos) como para aquecimento de água e é importante insumo industrial com grande peso nos insumos de setores químico, vidros e geração de energia, entre outros. Detalhes.
O que importa é que a Petrobras deixou de ser uma empresa pública para ser uma empresa de capital aberta, ou seja, com muitos acionistas que nada mais são que pequenos ou não tão pequenos donos de partes da empresa. Em fevereiro deste ano, o governo federal detinha 50,26% das ações com direito a voto, mas apenas 36,75% da Petrobras é do governo federal e do BNDES, enquanto 41,73% da empresa é de “investidores não-brasileiros” e 21,52% de investidores brasileiros.
É aqui que mora o problema.
A esquerda, “socialista”, sempre pretendeu que a Petrobras fosse uma empresa pública. A direita, capitalista e “liberal” sempre pretendeu que a Petrobras fosse uma empresa privada. É possível ser capitalista e socialista, basta ser alguém que reconheça as virtudes do capitalismo, mas acredite que a riqueza deva ser distribuída entre os entes da sociedade de forma justa e que o governo deve criar mecanismos para que assim ocorra.
A Petrobras pública não precisava ter lucros, tinha como função promover a riqueza dos entes da sociedade. A Petrobras de capital aberto, com acionistas, é uma empresa privada, com o governo “acreditando” que pode intervir.
Quando os grandes investidores têm dinheiro para “influenciar” os conselheiros de uma empresa, tudo pode acontecer. A Petrobras nunca mais será uma empresa pública.
Administrada para dar lucro, a Petrobras vai distribuir R$ 10.300.000.000,00 (dez bilhões e trezentos milhões de reais) em dividendos (parte dos lucros recebidos pelos acionistas) neste mês de abril.
Detalhe, de acordo com a legislação atual, se o governo quiser dar incentivos baixando preços de gasolina ou gás, entre outros, deve ressarcir a Petrobras os prejuízos que estes incentivos causarão à empresa.

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