REGIÃO

Pinheiro Machado já registra internações hospitalares por Síndrome Respiratória Aguda Grave

Aumento por procura de consultas de pessoas com sintomas gripais deixa as unidades em alerta. Recomendação é que população faça a vacina da gripe para evitar complicações

Crianças receberam certificado de coragem após fazer a vacina da gripe Foto: Fotos: Divulgação

Recentemente, o Governo do Estado publicou um Decreto de Emergência em Saúde Pública com foco na prevenção e enfrentamento da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), especialmente em crianças. A medida foi adotada diante do aumento expressivo de casos e da demanda nos serviços de emergência, com filas de espera, o que representa elevado risco à população. A secretária da Saúde, Arita Bergmann, disse que a decisão buscava fortalecer a rede hospitalar, com a preparação e disponibilização de leitos de UTI e suporte ventilatório.

Segundo o Governo, com o decreto que tem validade de 120 dias a contar da data de publicação no dia 19 de maio, as redes hospitalares que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS) devem priorizar medidas emergenciais para a oferta de leitos clínicos e de terapia intensiva voltados ao atendimento de casos de síndrome respiratória.

INTERNAÇÕES NO RS

O Rio Grande do Sul registrou, nas primeiras semanas de maio, os maiores números de hospitalizações por SRAG causadas pelo vírus influenza dos últimos três anos. Segundo material divulgado pelo governo nesta quinta-feira (29), nas semanas de 4 a 10 de maio (Semana Epidemiológica 19) e de 11 a 17 de maio (Semana 20), foram contabilizadas 208 internações em cada semana, configurando os dois picos mais altos no período. Os dados das semanas seguintes — de 18 a 24 de maio (Semana 21) e de 25 a 31 de maio (Semana 22) — ainda são parciais, pois os registros consideram a data de início dos sintomas. No total acumulado deste ano, já são 892 internações e 81 óbitos por complicações da gripe. Para comparação, no mesmo período de 2024, foram 1.067 internações e 123 mortes, e em 2023, 772 internações e 94 óbitos.

Enfermeira Marina Scheer dos Santos, da Vigilância Epidemiológica de Pinheiro Machado, ao aplicar a vacina no médico Ruy Celso

SINTOMAS GRIPAIS

A gripe é uma infecção viral que pode evoluir para quadros graves, especialmente em grupos de risco. Os principais sintomas são febre, tosse, dor de garganta, dor no corpo e dor de cabeça. Em idosos, pode haver febre baixa e ausência de alguns sintomas típicos, o que exige atenção redobrada.

O Tribuna do Pampa buscou informações acerca da situação encontrada, principalmente, na área de cobertura impressa do jornal, que compreende a 3ª e a 7ª Coordenadorias Regionais de Saúde (CRS).

3ª CRS

Na região da 3ª CRS, com sede em Pelotas e que abrange 21 municípios, incluindo Pinheiro Machado e Pedras Altas, conforme a técnica referência para Doenças causadas por Vírus de Transmissão Respiratória Regional, Dóris Schuch, a Vigilância Epidemiológica dos Vírus Respiratórios faz o monitoramento da circulação dos agentes virais, causadores de tais infecções, durante todo o ano, mas ao se aproximar a sazonalidade das doenças respiratórias virais, de abril a agosto no RS, são intensificadas as ações de prevenção e controle com vistas a romper cadeias de transmissão das doenças, bem como evitar agravamentos, internações e óbitos decorrentes de tais infecções.

PINHEIRO E PEDRAS

Dóris confirmou ao jornal que os municípios de “Pinheiro Machado e Pedras Altas apresentaram importante aumento de infecções respiratórias nas últimas semanas e, Pinheiro Machado já registra internações por SRAG tanto no hospital local, quanto em hospital de Pelotas”.

Segundo dados estaduais coletados na última terça-feira (27), na área da 3ª CRS, em 2025 já foram registradas 143 hospitalizações por SRAG, sendo destes 47 internados em Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) e 30 óbitos. Ainda, 12 internações por Influenza, 25 por Covid-19 e uma por vírus sincicial respiratório (VSR) que é uma das maiores causas de infecções respiratórias em recém-nascidos e crianças pequenas, sobretudo bebês.

Especificamente quanto a Pinheiro Machado, são cinco hospitalizações de janeiro até o dia 27 de maio, sendo um na UTI. Destes, nesta semana, conforme a técnica, dois continuavam internados, um no hospital de Pinheiro Machado e outro, com comorbidade importante, em hospital de Pelotas.

O secretário de Saúde de Pinheiro Machado, Felipe Lima falou ao TP sobre o trabalho realizado no município. “A Secretaria está atenta e acompanha continuamente a situação epidemiológica do município. Estamos com aumento nas consultas por síndrome respiratória e entre as ações adotadas, orientamos a população sobre medidas simples e eficazes para evitar a propagação de vírus respiratórios. Estamos intensificando as campanhas de vacinação e reforçando a importância da imunização, especialmente para os grupos de risco. Informamos ainda que a vacina contra a influenza está disponível para toda a população”.

A secretária de Saúde de Pedras Altas, Sabrina Bonini, disse que estão sendo ofertadas as vacinas contra à gripe, de forma a prevenir a doença. “No momento temos poucos casos, e estes estão sendo acompanhados no seu domicílio por não termos hospital, principalmente no casos dos idosos”.

MONITORAMENTO

Conforme explicado, o monitoramento se dá através de amostras coletadas de pacientes com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) internados nos diferentes hospitais e UTIs, casos de Síndromes Gripais em indivíduos que apresentam maior risco e por amostragem na população que busca atendimento com síndromes gripais. As amostras são enviadas para o Laboratório de Referência Estadual – LACEN RS, onde é realizado exame RT PCR para identificação de todos os vírus respiratórios de interesse em saúde pública. Além do RT PCR, alíquotas de amostras positivas para os vírus respiratórios são encaminhadas para Vigilância Genômica para sequenciamento genético dos vírus em circulação, estratégia para avaliar cepas, variantes dos vírus em circulação e, assim, avaliar riscos e implementar medidas de controle efetivas.

Segundo Dóris, em 2025 já foram observadas a circulação de coronavírus (causador da Covid 19), do vírus Influenza que causa a Gripe, tanto o Influenza B, quanto Influenza A (H3N2 e H1N1), além da emergência do Rinovírus e Adenovírus estes especialmente em crianças. “Neste momento temos importante circulação dos vírus influenza (especialmente o H1N1) e, também, o coronavírus (todas as faixas etárias, prevalecendo os casos graves em idosos) e o rinovírus (em todas as faixas etárias, com maior carga em crianças abaixo de 6 anos), além de estarem emergindo os casos de Vírus Sincicial Respiratório (especialmente em bebês)”, relatou, explicando que todos os 21 municípios da 3ª CRS apresentam circulação dos vírus respiratórios e doze hospitais localizados em oito municípios da Regional de Saúde já notificaram casos de SRAG internados”.

Ainda, há a confirmação da elevação significativa da ocupação dos leitos hospitalares com casos agravados. “A situação traz muita preocupação tendo em vista o risco de colapso na capacidade de atendimentos, considerando o rápido e crescente aumento dos casos e a vulnerabilidade da população, já que as coberturas vacinais ainda não atingiram um percentual que garanta limitar a incidência de casos e, por conseqüência, reduza o risco de casos graves e de óbitos”, destacou a técnica, que salienta a necessidade da busca pela vacinação como melhor estratégia de controle imunológico a fim de evitar o agravamento de infecções e internações hospitalares.

 

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