QUESTÃO ENERGÉTICA

Plano em debate no Ministério de Minas e Energia é para que fases A e B da Usina de Candiota sejam substituídas

Presidente da ABCM, Fernando Zancan, disse ao TP em entrevista exclusiva, que a ideia é a modernização do parque térmico a carvão desativado no RS

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Fase A foi desativada em 2018 e a B em 2017 – ambas durante o governo de Michel Temer Foto: J. André TP

Desativadas, as fases A e B da Usina de Candiota poderão ser revitalizadas, caso um plano em discussão no Ministério de Minas e Energia (MME) avance. A informação foi dada ao TP em entrevista exclusiva do presidente da Associação Brasileira do Carvão Mineral (ABCM), Fernando Zancan, durante sua visita à Candiota na última segunda-feira (24), quando relançamento pela Assembleia Legislativa da Frente Parlamentar do Carvão Mineral e do Polo Carboquímico do RS. “Para a região esta indústria é fundamental para o desenvolvimento e o crescimento econômico, mas infelizmente o governo anterior desativou. Ainda bem que a fase C está gerando a pleno e a UTE Pampa Sul já está operando, mostrando que é possível produzir energia a carvão, gerando empregos, renda, movimentando a economia e respeitando o meio ambiente”, apontou o dirigente.

Zancan lembrou que um Grupo de Trabalho (GT) do Ministério da Casa Civil, já havia feito um relatório que aponta as consequências sociais e econômicas das desativações destas usinas térmicas e recomenda um plano para fazer frente a isso. Conforme ele, agora o debate avança no MME para que se construa um programa de modernização do parque térmico desativado no RS, que envolveu 446 megawatts (MW) em Candiota (fase A – 126MW e fase B – 320MW, pertencentes a Eletrobras CGTEE ) e 92MW no Baixo Jacuí (72MW em Charqueadas e outros 20 em São Jerônimo).

Conforme detalhou Zancan, a proposta é que o governo federal compre 900MW no Rio Grande do Sul, sendo 600MW em Candiota e outros 300MW no Baixo Jacuí, substituindo os parques térmicos desativados. Também se propõe outros 900MW para Santa Catarina, já que o parque existente lá já está envelhecido. “Estamos propondo um leilão de energia semelhante ao hidráulico, pois como nosso carvão não pode ser transportado e a usina precisa ser na boca da mina, é muito parecido com o fato de a usina ser no curso d´água (no caso da hidráulica). Assim fazemos a substituição das fases A e B no caso de Candiota, através de um programa específico de eficiência energética. Estamos no processo de convencimento do atual governo, que já se mostrou mais aberto a enfrentar este tipo de tema de interesse nacional e que está diretamente ligado a geração de emprego e renda”, explicou.

LEILÕES – Lembrando que a participação do carvão mineral está garantida até 2021 nos leilões de energia promovidos pelo MME, Fernando Zancan destaca que dois projetos da região – UTE Ouro Negro (em Pedras Altas) e UTE Nova Seival (em Candiota), estão inscritos para o leilão A-6 marcado para outubro deste ano.

Conforme ele, um dos projetos (sem dizer qual), mas provavelmente se referindo a Ouro Negro, possui mais chances de chegar até o fim, porém ele mencionou as dificuldades da economia brasileira e também a competitividade com o gás natural, que é uma commodity internacional e está com o preço baixo, o que é um problema para o carvão numa disputa em leilão com estas características.

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