Política em Hulha Negra

Desde o final de 2008 não sou prefeito de Hulha Negra, quase 15 anos, e não disputo eleições. Dia desses, na Assembleia Legislativa do Estado, dei umas risadas com o Mainardi. Este disputou seis vezes a Prefeitura de Bagé, ganhou duas. Eu “com modéstia do tamanho de um bonde” dizia que “ganhei todas”, três vezes. Politicamente, a trajetória de Mainardi é muito superior à minha, foi prefeito de Bagé, deputado federal, deputado estadual, secretário de Estado, enfim, segundo ele, 41 anos envolvido em 15 eleições onde concorreu, eleito na maioria das vezes e num patamar de dificuldade muito superior a disputa eleitoral em um município pequeno como Hulha Negra. Foi no lançamento da comissão criada visando movimentar o cenário político em prol da duplicação da BR 290. Entre São Paulo e Buenos Aires o único trecho não duplicado são os 615 quilômetros entre o início da BR-290, a 15km de Porto Alegre, e Uruguaiana.

Alguns ainda querem saber das minhas raras movimentações políticas. Faz tempo que tenho escrito nesta coluna que o PDT deixou de ser viável. Na última eleição, a manutenção da candidatura de Ciro Gomes foi evidente falta de compromisso com o Brasil. Dia desses o jornal publicou que eu falo para quem quiser ouvir que estou deixando o PDT. É verdade.

Em Hulha Negra, a aliança PDT e PP se esgotou depois de tantos anos, começou no ano 2000. Razões posso citar algumas. Pouco antes da última eleição municipal o PP cooptou um dos vereadores do PDT. Este não foi eleito em 2020, mas os seus votos foram suficientes para o PDT perder um vereador e o PP ganhar um vereador. Neste mandato, em três eleições, o PDT não emplacou nenhum ano na presidência da Câmara onde o final da aliança é uma realidade faz tempo. No Executivo, quando Renato Machado foi prefeito a primeira vez (2009-2012) o seu vice, Titi, foi parar em casa sem cargo na Prefeitura. Agora, Igor Canto também não tem cargo no Executivo. Se prefeito e vice não se entendem cabe ao vice-prefeito, candidato natural ao cargo de prefeito, trilhar novos caminhos. Se o PDT fechar questão em sair do governo, a maioria de quem é filiado ao PDT larga o partido e fica com o cargo. É sempre assim. Como uns quantos do partido querem continuar no governo cabe ao vice sair do PDT e formar uma nova aliança política capaz de vencer em 2024. Resta acertar alguns detalhes para o vice definir para onde vai.

Após sair do PDT, o que será formalizado nos próximos dias, vou me filiar a um partido apenas para marcar posição. Não vou concorrer, nem participar de governo algum. Levarei em consideração o que acontece em Hulha Negra, na região, no estado e no país.Todas as pessoas poderiam ter um partido por saberem e concordarem com o que o partido pretende.

 

ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*

Comentários do Facebook