PANDEMIA

Prefeito de Candiota avalia novo cenário em relação ao vírus e considera abrandamento natural

Para a reportagem, prefeito Adriano dos Santos avaliou a atual situação da pandemia no município Foto: Letiere Navarrina/Especial TP

A percepção do vírus no mês de fevereiro era totalmente diferente da atual. Essa é a análise do prefeito de Candiota, Adriano dos Santos, quando questionado pela reportagem sobre as atuais medidas de contenção e de fiscalização no município. “O Estado do Rio Grande do Sul adotou medidas de restrições através de bandeiras de distanciamento e, na realidade, há uma grande dificuldade dos municípios fiscalizarem. Para Candiota por exemplo, que é um município de pequeno porte e possui somente dois brigadeanos efetivos, fica muito difícil para eles acompanharem as blitz que fazemos de conscientização e controle”, lamenta.

Segundo o gestor, o que vai se manter claramente neste período, independente da flexibilização das medidas de restrição, é o fato do município continuar orientando, fiscalizando e desinfetando a cidade para evitar a contaminação de Covid-19. “Isso são políticas que vamos continuar adotando e logo vamos estar lançando um novo modelo, exclusivo de Candiota, para o enfretamento do vírus”, anunciou.

LIBERAÇÕES – De acordo com o prefeito, um dos pontos que considera incorreto no processo é que os decretos (estadual e municipal) nunca fecharam praças; o que existe é a orientação para não haver aglomerações em espaços públicos e a obrigatoriedade quanto ao uso de máscara. “Isso continua em todos os sentidos, mas vai haver um abrandamento diante da bandeira amarela realmente (classificação do Estado sobre a análise de casos/internações e que considera a região como baixo risco de contaminação). Além disso, ainda há possibilidade do governador emitir um decreto nos próximos dias liberando eventos e festas. Então é um cenário em que os municípios irão se adequar. Sem mudar a ideia da questão do decreto municipal que proíbe o retorno de aulas, porque entendo que são coisas totalmente diferentes, já que a aula o aluno é obrigado a frequentar por uma questão pedagógica e de dias letivos, diferente de outras atividades esportivas e de lazer, onde as pessoas frequentam se querem e então elas têm um livre arbítrio de decidir sobre isso”, pontuou.

ADEQUAÇÕES – Questionado sobre o comportamento dos candiotenses, Adriano teceu elogios. “Vejo que as pessoas se controlaram até agora e a avaliação é muito boa. Mesmo com a reabertura dos bares e com a chegada do verão com as atividades indo até mais tarde, nós vemos que as pessoas ainda frequentam pouco os espaços fechados. Além disso, conversando com os comerciantes locais, vi que as famílias ainda estão inibidas e isso é um cuidado que cada um tem para si, com seu próximo e seus familiares”, destacou.

Apesar disso, o prefeito também está ciente que os meses mais quentes do ano – que já estão chegando – mudam o comportamento das pessoas e isso é natural. “Temos que nos adequar a isso com fiscalização, organização e ver de que forma os municípios irão lidar com isso. Mas nós dependemos e estamos hoje sendo regrados pela bandeira do Estado, se fossemos fiscalizar com o abrandamento das medidas que têm, o município não teria capacidade nenhuma de manter uma fiscalização geral. Há falta de segurança nessa abordagem e Candiota conta com um efetivo mínimo na Brigada Militar para apoio, se eles atendem um lado, o outro fica desassistido e é difícil realmente”, disse.

CAMPANHA ELEITORAL – Segundo Adriano, a questão da campanha eleitoral em meio à crise sanitária já era prevista e, inclusive por entender que o Estado não possui capacidade logística para fiscalizar, já se via uma possibilidade de flexibilização das medidas de contenção – que de fato acabaram ocorrendo em todo o Rio Grande do Sul. “Hoje existem regras e as regras de para evitar aglomeração e manter o distanciamento social valem também para as atividades de campanha eleitoral, como o número de pessoas caminhando e uso de máscara e álcool em gel, mas nada proíbe as pessoas de irem para a rua, assim como a questão das pessoas escolherem sair ou não”, disse.

Conforme avaliou, todos estão diante de uma situação complicada. “Todos os envolvidos estão se adaptando ao novo cenário para cumprir as medidas de contingenciamento e manter os cuidados para evitar contaminação, mas o pleito eleitoral está aí. Ele está acontecendo nesse momento, as lives e os comícios virtuais vieram para isso, essas atividades criam uma nova ferramenta para podermos chegar até o eleitor e eles querem saber das propostas dos candidatos. O que eu vejo é que os candidatos estão andando na rua, mas se protegendo e cuidando da população, é a festa da cidadania só que em um momento de pandemia”, avaliou. Ainda segundo o gestor, a fiscalização tem atuando em todos os casos de denúncia de aglomeração, mas lembra que o município está classificado na bandeira amarela e isso aumenta até mesmo a liberação para o número de pessoas por reunião.

NOVAS AÇÕES – Apesar das flexibilizações, ciente que a pandemia do coronavírus ainda está entre nós, o gestor contou para a reportagem que o Comitê de Operações Emergenciais (COE) da Covid-19 de Candiota está sendo fortalecido e também vem novidade em breve. “Vamos lançar um novo programa de cuidado com as pessoas no município, porque entendemos que todos nós devemos nos cuidar independente de qualquer situação. Só vai haver segurança após a vacina, antes disso não há segurança, devemos continuar com todos os cuidados”, frisou.

 

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