CULTURA

Prefeitura de Candiota lança campanha para resgatar história do Canto Moleque da Canção

Os intérpretes Priscila Olave e Alexandre Barreto, fizeram seus relatos sobre a vivência no Festival

Priscila começou a cantar no Canto Moleque aos 13 anos, vencendo cinco vezes, sendo tricampeã na categoria especial (idade adulto) Foto: Arquivo Pessoal/ TP

A Secretaria de Cultura, Esporte e Juventude de Candiota lançou a campanha “Canto Moleque da Canção, nosso patrimônio – conte sua história”. A ideia é que pessoas que participaram do festival ao decorrer dos 24 anos de evento compartilhem um pouco da sua história no Canto Moleque.

A redação do Tribuna do Pampa conversou com dois grandes artistas candiotenses que passaram pelo palco do Festival. Em entrevista ao TP, a cantora, compositora e licenciada em música pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Priscila Olave, que morou por 20 anos em Candiota, relatou que começou a cantar com 13 anos, ingressando no mundo dos festivais de música gaúcha. O Canto Moleque foi seu segundo festival, em que a jovem, hoje com 31 anos, participou sete vezes, sendo premiada em cinco edições, tendo conquistado o 1º lugar do mirim, 1º do juvenil e foi tri campeã adulta.

Priscila carrega um carinho muito grande pelo festival e durante a entrevista, ela afirmou que o Canto Moleque fez parte e contribuiu para a sua evolução como artista. “Muitos artistas nasceram por incentivo dele, então eu o considero uma grande ferramenta de estímulo e propagação da nossa cultura”, afirma.

A jovem ainda comenta: “o Canto Moleque me viu crescer e amadurecer como intérprete, eu procurei estudar e me qualificar desde pequena, muito pelo incentivo inenarrável dos meus pais, mas também desde muito nova sempre quis entregar o meu melhor, porque cada vez que eu subia no palco do festival, eu via rostos não só da minha família, mas dos meus amigos, conhecidos e de tantas outras pessoas que sempre trataram a minha arte com muito carinho, então o mínimo que eu desejava era que cada aplauso valesse a pena”, recorda.

Já o cantor, compositor, instrumentista e arranjador, Alexandre Barreto (Alemão), de 34 anos, morador de Candiota, contou ter começado a cantar com sete anos em uma gincana escolar no CTG Luiz Chirivino. Aos 13 anos ele subiu pela primeira vez no palco do Canto Moleque na sua 8ª edição, no ano de 2001, conquistando o 3º lugar e destaque do festival. “Na verdade eu participei de todas as edições do Canto Moleque até não ter mais idade, sendo campeão de duas edições como juvenil e uma como especial (adulto)”, comentou.

Alexandre Barreto disse que cantou no Festival até não ter mais idade pra participar, tendo conquistado três premiações Foto: Arquivo Pessoal/ TP

HISTÓRIA – Questionado se tem alguma história para compartilhar do Canto Moleque, Alemão fez dois relatos. “A primeira vez que fui convidado a ser da comissão julgadora, lembro que fomos jurados juntos eu e a Priscila e eu estava tranquilo até a criançada começar a cantar, me veio tudo na cabeça, tive uma época bem ruim que foi quando o Cristiano faleceu (Cristiano Fischöeder foi um jovem instrumentista que também participava do Festival), eu estava em dúvida se seguia participando ou não, porque ele era meu fiel escudeiro, amigo de verdade. Enfim essa vez me tocou muito, porque eu também tinha passado pelos mesmos anseios, pelos mesmos medos, pela mesma ansiedade, e aí eu descobri que estar do outro lado da história é muito mais difícil”, relatou.

O segundo fato relatado pelo cantor foi que no ano em que foi jurado do Festival, a intérprete Luiza Barbosa foi campeã do Canto Moleque e em seguida ela participou do The Voice Kids, vencendo o programa. “Eu fiquei pensando: nossa, eu julguei a campeã do The Voice, o Canto Moleque é muito grandioso”, enalteceu.

RESGATE – Sobre a campanha para resgatar a memória do Festival, Priscila disse achar primordial. “Através dele (do festival) nasceram grandes artistas que estão até hoje em cena, outros tantos que não trabalham mais com a música, mas não deixam de ser tão especiais quanto. Nós temos em Candiota uma ferramenta poderosa, um semeador da arte e da cultura que são dois poderes transformadores e indispensáveis dentro de uma sociedade”, analisa.

Alemão complementa. “O resgate é de suma importância porque o festival sempre foi um celeiro de grandes talentos e pelo menos a mim, traz um misto de nostalgia e saudade da época em que participava, pelos amigos que fiz quando concorria, sempre houve um clima de disputa, mas era uma disputa saudável”, relembra.

Em entrevista, Alemão também falou do seu sentimento em relação ao Festival. “E hoje sinto somente orgulho de ter passado por esse palco mágico que é o do Canto Moleque e fico muito feliz de poder ajudar a realizar o sonho de crianças a estarem se apresentando, cada um com sua particularidade e seu carisma. Uma coisa importante também desse resgate é mostrar que crianças que subiram no palco, hoje são músicos adultos consolidados”, pontuou.

O FESTIVAL – Após três anos sem edições por conta da pandemia da Covid-19, neste ano, o festival será retomado. A 24ª edição do Canto Moleque da Canção será realizada nos dias 24, 25 e 26 de março, no ginásio municipal de Candiota.
Segundo o secretário de Cultura, Esporte e Juventude, Diego Lima (Dieguinho), o festival já está sendo preparado desde janeiro deste ano. “A equipe toda está empolgada e com muita expectativa. Agora estamos acompanhando o andamento das inscrições dos participantes”, falou.

PARA PARTICIPAR – Os interessados em enviarem sua história sobre o Canto Moleque podem enviar um e-mail para [email protected], com fotos, vídeos e a sua melhor lembrança vivida no festival. Lembrando que ao enviar qualquer material para o e-mail, a pessoa estará autorizando o uso da sua imagem para publicação e divulgação nas redes sociais da Secretaria de Cultura, Esporte e Juventude.

ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*

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