CLIMA

Previsão de frente fria se confirmou e termômetros despencaram na região

Meteorologista Fernando com placa de gelo nesta sexta-feira (30) Foto: Divulgação TP

Na última terça-feira (27), os termômetros despencaram na região em função de uma nova massa de ar polar. Já na quinta-feira (28), aconteceu uma combinação perfeita para uma pre­cipitação de inverno, pois ocorreu a formação e a aproximação da Costa do Uruguai e Rio Grande do Sul, de um ciclone extratropical.

Segundo o meteorologista da Sigma, Fernando Rafael, esse ciclone é um sistema de baixa pres­são e acaba transportando umidade por conta da sua circulação para a região do continente onde se loca­liza o Brasil. Rafael explicou que para nevar é preciso estar chovendo e frio, não só na superfície com temperatura próxima do 0° a 2° graus, como também logo acima no perfil vertical da atmosfera, aonde a temperatura deve estar abaixo de 0° grau. “Tivemos isso na região nesta quinta-feira, temperaturas mais baixas na superfície e temperaturas em torno de -5° a 1.500 metros de altitude, por exemplo. Então, estava um perfil congelado e contribuiu para que os flocos de neve que se formam dentro da nuvem, se con­servassem desse modo em estado sólido até chegar na superfície”, explica.

No município de Pinheiro Machado, a temperatura variou durante a precipitação de neve que aconteceu várias vezes ao dia. “Teve uma pancada de água e neve, que é neve misturada com chuva líquida. Depois teve uma pancada de neve molhada e após, ocorreu uma mis­tura de bolinhas de gelo com colo­ração branco fosco, misturado com neve em flocos, finalizando com uma pancada de neve em flocos às 19h”, disse o meteorologista.

Além do município, outras regiões altas como Pedras Altas, Herval, Piratini e Canguçu, com altitudes acima de 400 metros, registraram um mix de graupel e granizo miúdo de inverno.

 

CHUVA CONGELADA Rafael explicou, que para acontecer a chu­va congelada popularmente chama­da pela população, o caminho entre a nuvem e a superfície precisa estar com temperatura positiva só que na superfície precisa estar negativa. “A partícula de neve sai da nuvem com temperatura negativa, encontra no meio do caminho uma camada com temperatura positiva e depois quando chega na superfície encontra temperatura negativa. Então, ela recongela e não foi isso que tivemos aqui. Tivemos graupel (gelo branco fosco), neve em flocos, água e neve (mistura dos dois) e granizo miúdo de inverno”, destaca. Nas demais cidade como Candiota, teve granizo miúdo e graupel.

Ele também ressalta que não havia esse tipo de precipitação tão ampla na região, há pelo menos 20 anos. “Tivemos precipitação de inverno em praticamente toda a região, inclusive com a acumulação em alguns pontos, que é quando é possível pegar com a mão, fazer bo­nequinho e encher a mão com gelo”, comenta, acrescentando que de maneira regional, foi o episódio com maior abrangência de precipitação invernal nas últimas duas décadas. Mas Rafael relembra que já houve eventos pontuais mais intensos de neve, como em Pinheiro Machado no ano de 2008.

O meteorologista diz que essa massa de ar frio começa a perder intensidade a partir do final de semana, mas de forma gradativa, pois as temperaturas deverão subir, principalmente no período da tarde.

NEVE Em Cidades da Serra Gaú­cha, como Gramado, Canela, Caxias do Sul e Carlos Barbosa registraram neve. A previsão atraiu centenas de turistas que desejavam contemplar a paisagem coberta de neve.

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