
Produtores Vitor Nunes e Helena Pereira apresentaram o vinho na Festa do Colono Foto: Silvana Antunes TP
Os três dias de evento da 24ª Festa do Colono de Hulha Negra também foi um período para a apresentação de novos produtos e culturas. Instalado em uma das ilhas internas do ginásio municipal, na área colonial, o produtor Vitor Nunes, acompanhado da esposa Helena Pereira, disponibilizava a degustação de um novo produto que está surgindo no mercado, o vinho Cara Negra.

Parreirais produzem uvas Merlot, Cabernet Sauvignon e Chardonnay Foto: Helena Pereira/Especial TP
Produzido com a uva Merlot e engarrafado há cerca de um mês, a festa foi um momento de divulgação do vinho feito por meio de uvas produzidas na região do Banhado Grande, BR-153, município de Hulha Negra.
Produtor também de maçãs, Vitor Nunes – que possui origens da localidade Salvador Jardim, também em Hulha Negra – contou em entrevista ao TP, que está instalado no local há dez anos produzindo somente a matéria-prima, ou seja, a uva, nas variedades Merlot, Cabernet Sauvignon e Chardonnay e comercializando para uma cooperativa da Serra Gaúcha para vinificar. Ele conta, porém, que o incentivo do amigo e secretário de Agropecuária de Hulha Negra, Luis Fernando de Lima, o fizeram pegar uma parte da produção e levar a Caxias do Sul para vinificar e trazer o produto para ser apresentado na festividade. “A Festa do Colono é um momento para divulgação”, disse o produtor durante a festa.
Questionado, porém, quanto à aceitação do produto, Nunes diz que o projeto está em fase inicial. “O vinho foi engarrafado na semana passada e as vendas começaram na Festa do Colono. É o primeiro passo, mas se tudo transcorrer bem e vendermos as 1000 garrafas vinificadas, a proposta é dar continuidade ao processo e aumentar na medida em que a demanda for crescendo”, afirma o produtor.
Ainda relacionado à produção, Nunes fala em persistência. “Gosto do vinho, trabalhar na área da fruticultura é muito agradável, é uma atividade que, de certa forma, tem que gostar muito e ter uma certa paixão para fazer com que dê certo, caso contrário, as coisas não andam. Faz dez anos que trabalhamos com uva e agora estamos dando o primeiro passo para começar a transformar a uva em vinho”, relata o produtor que possui um funcionário fixo e mão de obra temporária na propriedade, que varia entre cinco e sete pessoas, dependendo da fase da cultura, sem contar a colheita, que pode chegar até a 20 pessoas por dia.

Garrafas levam o parreiral e a ovelha na rotulagem Foto: Silvana Antunes TP
CARA NEGRA – O rótulo do vinho traz uma imagem de um parreiral e, no meio, ovelhas, sendo uma da raça Dorper – que possui a cara negra. Questionado sobre a ideia da marca do vinho, Vitor lembra que muitas marcas surgem de uma brincadeira ou episódio, e o Cara Negra surgiu em uma roda de amigos durante o chimarrão. A esposa brincou: “A história é longa”. Resumindo, Nunes contou que quando comprou a propriedade, haviam algumas ovelhas e por ser um lugar muito sujo, elas estavam com a cara suja de tanto picão que tinha no lugar. “Na ocasião os amigos perguntaram qual a raça das ovelhas que eu tinha e respondi, cara negra. Um veterinário falou de raças e expliquei que era pela sujeira. Depois resolvi investir em ovelhas e optei pela raça Dorper e o carneiro tinha a cara preta (negra). Então o nome ficou pela raça da ovelha – Dorper – que tem a cabeça negra. Inclusive, depois da colheita, elas vão para dentro do vinhedo para limpar. Mão de obra de limpeza é a cargo das ovelhas”, explica.