Na última terça-feira (3), produtores rurais de Hulha Negra que estão mobilizados junto ao trevo de acesso a cidade, estiveram participando de uma audiência com o procurador da República em Bagé, Márcio Rogério da Silva Garcia, na Justiça Federal.
Na ocasião, de acordo com informações repassadas ao Tribuna do Pampa pelo produtor Marino De Bortoli, no encontro foi exposta toda a situação vivenciada pelo grupo. “O procurador já tinha alguns documentos e apresentamos outros, incluindo o ofício entregue durante a Expointer ao ministro da Agricultura, Carlos Fávaro. Também relatamos o histórico da nossa região, das colonizações desde a Trigolândia, em 1924, que precisa de um tratamento diferenciado na agricultura e pecuária para poder desenvolver um pouco mais”.
Ainda conforme Marino, foi exposto pelo procurador que o trabalho é de fiscalização e acompanhamento das políticas públicas e que compromissos foram firmados. “O primeiro, o acompanhamento e o cumprimento das medidas provisórias que já foram emitidas e que vão ser emitidas nos próximos dias pela promessa do ministro Fávaro na Expointer, e o acompanhamento da efetivação dessas políticas, como também a nossa proposta insistente em relação à política agrícola do governo federal que não está causando um resultado específico da nossa região”, relatou o produtor, informando também que o grupo solicitou uma audiência pública com o ministro Fávaro e também com o do Desenvolvimento agrário, Paulo Teixeira, para que juntamente com entidades da região para discutir a pauta.
MOBILIZAÇÃO
Após a audiência o grupo decidiu dar continuidade a mobilização junto ao trevo de Hulha Negra enquanto aguarda a publicação no Diário Oficial da União (DOU), as medidas provisórias prometidas pelo ministro.
MINISTRO NA EXPOINTER
Cabe lembrar que no dia 30 de agosto, na Expointer, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, detalhou as novas medidas para os produtores gaúchos. Entre elas, a renegociação das dívidas de produtores, cooperativas e cerealistas. “A medida provisória trata de renegociação de dívidas bancárias, com carência de 4 anos. A reconstrução são 10 anos com carência também. Dívidas bancárias estão fora, porque dívida bancária do plano safra de 4 anos já são com juros muito reduzidos. Mas tem outro perfil de dívidas que são as cédulas de produtor rural, essa com juros muito caros que inviabiliza o produtor rural. Essas então com os próprios bancos, serão em 8 anos com juros máximos de 9,5%. Mas um compromisso dos próprios bancos públicos que aqui estão, que com fundo garantidor que foi implementado, tira o risco da operação, e com isso, a taxa de juro vai ser menor, atingindo, na nossa expectativa, o pleito que as cooperativas e a Farsul fez de 7%. São várias fases de renegociação. Uma das dificuldades era a negativação dos nomes, pois no Serasa é impossível acessar novas linhas de crédito. Essa era também uma medida aguardada, a regulamentação da medida provisória é algo que pode ser mudado e nós já percebemos algumas dificuldades que gerou para os bancos liberar créditos, como questões de seguros”, disse o ministro.