Maria Odete relatou que ir a cavalo era normal, mas no passado, quando não havia transporte escolar Foto: Divulgação TP
Era outra época, outro tempo, outros interesses. Assim fez referência a educação das décadas de 70 e 80 a professora aposentada Maria Odete Machado Molina, 73 anos.
Em entrevista ao jornal, Maria Odete – primeira professora da escola Santa Izabel -, que está aposentada há 13 anos após ter atuado em sala de aula durante 34 anos, afirmou não ter tido problemas durante o desempenho da profissão, porém ressaltou que se tratava de outros tempos. “Não tínhamos água ou energia elétrica, mas apesar das dificuldades, a vida escolar era maravilhosa. Naquela época não tinha transporte escolar, a maioria dos alunos iam a cavalo para escola, mas eles gostavam de ir, chegavam à escola com muita alegria, em alguns dias todos molhados pela chuva e com uma roupa na mochila para trocar”, relatou.
COMPARATIVO – Maria Odete contou ao TP que as turmas eram multiseriadas de 1ª a 5ª série, máximo 25 alunos e que o transporte só chegou próximo da sua aposentadoria. Solicitada pelo jornal a fazer um comparativo sobre aquela época com os dias atuais, Maria cita diferenças. “A escola era o local onde os alunos aprendiam, brincavam e faziam amigos, não existiam todas as mídias eletrônicas, o atrativo era a escola. Existiam as dificuldades, alunos repetiam o ano quando não alcançavam os objetivos, mas não era o transporte causador do problema, era outra época, outro tempo, outros interesses. Os alunos de hoje tem muito mais recursos, estão cada vez mais conectados aos eletrônicos”, comparou.
A professora aposentada ainda completa citando como exemplo a própria família. “Meus filhos Rosa Molina, Rubens Júnior e Rosane Molina iam para a escola a cavalo, foram alfabetizados por mim. Sempre fui a pé para a escola, mesmo sem transporte não era necessário fazer busca pelos alunos, mesmo nos dias de chuva eram assíduos, ir para a escola era um prazer, nunca tive problemas com disciplinas, as crianças iam porque gostavam mesmo com poucos atrativos, todos se alfabetizavam. Me orgulho de ver hoje a maioria dos meus alunos concursados, formados e alguns engenheiros, contabilistas, pedagogos e técnicos”, conclui Maria Odete.
* Originalmente este conteúdo foi publicado no jornal impresso
