“Foi a maior felicidade da minha vida”, essa foi uma das frases ditas pela professora candiotense, Amirtis Rezende de Oliveira, ao relembrar o dia em que ela e o esposo, Nezio Fernando de Oliveria, levaram a filha adotiva, Simone Silva, para casa. O motivo da história desta família ser contada pelo jornal, é em razão de neste sábado (25), ser comemorado o Dia Nacional da Adoção.
ADOÇÃO
Nascida em Pelotas em uma família de cinco irmãs e três irmãos, sendo um já falecido, Simone, que reside há muitos anos em Candiota, foi morar com Amirtis e Nezio quando tinha cerca de oito anos de idade. Na época, o casal era recém-casado e ainda não possuía filhos. O contato de Simone com os pais adotivos aconteceu por meio de uma tia que trabalhava na casa deles e, sabendo da vontade dos dois de aumentar a família, contou que tinha algumas sobrinhas que estavam precisando de um lar, pois estavam passando por dificuldades.
Depois de conversarem sobre o assunto, Amirtis e Nezio foram até Pelotas e conheceram a filha mais velha, e no primeiro contato já ficaram encantados. “Eu me encantei por ela, e quando estávamos voltando pra casa, nós três, eu ficava tentando imaginar o que ela estava pensando indo para a casa de dois estranhos”, comentou Amirtis, dizendo que nunca teve arrependimentos da escolha que fizeram. “Foi a maior felicidade da minha vida, ela sempre foi minha companheira, parceira e filha mais velha. Ela e as minhas netas são as nossas paixões”, acrescentou.
A adoção aconteceu de boca, como dizem, não teve documento passando a guarda de Simone para o casal, e nem mesmo o sobrenome dela foi trocado. Ainda, mesmo morando com uma nova família, ela nunca deixou de ver a mãe biológica e sempre se encontrava principalmente com as irmãs. Durante a conversa, Simone disse que nunca sentiu raiva da mãe, e que sempre entendeu o motivo pelo qual ela precisou ir morar na casa de outras pessoas. “Minha mãe só ficou com os meus irmãos mais novos, uma irmã foi criada pela nossa avó e eu e as outras fomos cada uma pra uma casa diferente, mas nunca perdemos o contato”, relatou, afirmando que até hoje convive com toda a família.
Sobre o contato com a mãe biológica nunca ter sido perdido, Amirtis disse que nunca fez questão que isso acontecesse, e sempre conversou com a filha para não guardar mágoas ou rancor. “Eu sempre expliquei a situação pra ela, sempre conversei e deixei claro que ela veio morar conosco, porque a mãe dela não tinha condições de manter todos os filhos, e que foi o melhor”, comentou, relembrando que além de Simone, também levou para sua casa uma das irmãs dela, mas assim que ficou maior de idade, ela decidiu ir embora e não voltou mais para a casa deles.
Depois da adoção o casal teve mais dois filhos, e segundo a professora já aposentada, Simone ajudou na criação dos dois. “Eles também têm paixão pela mana, mas ela também é um pouco mãe dos dois, pois sempre me ajudou em tudo com eles”.
Mesmo tendo enfrentado momentos difíceis na vida, Simone nunca deixou que isso abalasse os seus dias. Atualmente, ela reside na Vila Operária com as filhas Karen e Nathália, e disse que sente muita gratidão pelos tios, como se refere a Amirtis e Nezio. “Agradeço por tudo! Por ter sido criada como filha deles, pelos meus irmãos, mas principalmente por terem me levado pra morar junto com eles”, concluiu Simone.
Já a mãe adotiva, finalizou dizendo que toda a família tem paixão por ela, pois além de ser muito simpática, também é uma pessoa maravilhosa. “Não somos só eu e o pai que amamos ela, mas toda a nossa família. Sem falar nas netas, nossas meninas que são nossas paixões”.
ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO