O mês de outubro é marcado pela conscientização sobre o câncer de mama, sendo que a campanha denominada como “Outubro Rosa” foi criada no início do ano de 1990 e é reconhecida no mundo todo. Com a chegada da pandemia da Covid-19 em 2020, os grupos precisaram inovar o modo de levar a mensagem até as pessoas, precisando contar com o apoio da internet para intensificar o trabalho e conscientizar cada vez mais mulheres a realizarem os exames de rotinas e serem mais atentas aos sinais.
No Brasil, conforme as informações divulgadas na Biblioteca Virtual em Saúde, em 2021 a estimativa foi de 66.280 casos a cada 100 mil mulheres. Os principais sintomas e sinais suspeitos são caroço (nódulo) geralmente endurecido, fixo e indolor; pele da mama avermelhada ou parecida com casca de laranja; alterações no bico do peito e saída espontânea de líquido de um dos mamilos, sendo que também podem aparecer pequenos nódulos no pescoço ou na região das axilas.
ESSA LUTA É NOSSA
Como já diz o lema do outubro rosa – essa luta é nossa, nesta edição o TP traz a história de superação da professora candiotense, Vera Isabel Solares Gomes Lopes, 72 anos, que descobriu a doença em março de 2012 e conseguiu a cura, tendo sempre muita esperança e o apoio da família.
No início da conversa, a professora disse que não teve sintomas, mas descobriu o câncer por sempre realizar os exames preventivos corretamente por já ter histórico familiar da doença. Ao mencionar o tratamento, dona Vera Isabel contou que realizou a sua cirurgia no final do mesmo mês, retirando o nódulo carcinoma lobular infiltrado na mama direita. “Em abril já iniciei quimioterapia, onde as sessões eram realizadas a cada 21 dias na cidade de Pelotas, no total foram quatro sessões. Fiz o Hercepitin”, relembrou ela, dizendo que fez mais 30 sessões de radioterapia em Porto Alegre, ficando na cidade durante este período por precisar realizar as sessões diariamente.
De setembro de 2012 a setembro de 2015, ela fez o uso de outra medicação, e depois mais outra que ficou inserida em sua rotina até outubro de 2020. Ao ser questionada sobre a parte mais difícil do tratamento, ela respondeu que foi a quimioterapia, pois teve queda de cabelo, náuseas e fraqueza, mas ressaltou que jamais ficou deprimida e que nunca pensou em desistir, sempre com muita fé.
Atualmente, a professora disse que está ótima, mas como prevenção realiza os exames de rotina a cada seis meses solicitados por sua mastologista, e anualmente passa pela oncologista. “Faço 30 minutos de caminhada diária, e tenho uma alimentação equilibrada”. Para as pessoas que estão enfrentando a doença, Vera falou sobre ter fé e perseverança no tratamento, sem jamais descuidar do fortalecimento espiritual. “Para todas as mulheres reforço que a prevenção é primordial, pois detectado no estágio inicial há maiores chances de cura. E após o término do tratamento, continue sempre acompanhando com oncologista e mastologista. 12 anos se passaram e aqui estou muito feliz e grata, ainda trabalhando e me cuidando”.
Apoio familiar foi fundamental
Uma das filhas de dona Vera que também é moradora de Candiota, Carla Lopes, contou que sempre fez o possível para acompanhar a mãe em todos os exames e consultas médicas, pois sempre contou com o mesmo apoio, inclusive nos dias atuais. “Quando tivemos o diagnóstico, num primeiro momento ficamos nos questionando o motivo pelo qual ela teria que passar por isso, porém, como ela sempre teve uma fé inabalável, isso foi essencial para acreditarmos que venceríamos essa batalha, como de fato vencemos”.
Sobre a parte mais difícil do processo, ela também citou as quimioterapias. Pelo fato de ser mulher e morar ao lado da casa dos pais, Carla sempre se fez presente em todos os momentos, sendo um suporte já que os seus irmãos moram em Bagé e faziam o que podiam dentro do possível. “Na fase que envolveu a radioterapia, a acompanhei durante as 30 sessões na cidade de Porto Alegre. Nós íamos a pé da pousada em que estávamos hospedadas, localizada no centro histórico, até o Hospital Moinhos de Vento”, contou, relembrando que no trajeto, mais próximo ao hospital, observavam o trânsito de diversas pessoas com lenços na cabeça, o que tornava a jornada matinal menos solitária, pois naqueles momentos tinham a consciência de que não eram os únicos enfrentando a mesma batalha. “Graças a Deus a batalha foi vencida, e tenho muito orgulho da mulher incrível que em nenhum momento achou que a cura não seria possível. Minha mãe é uma guerreira e vencedora, uma pessoa iluminada que sempre cuida, não só dos dela, mas de todos que pode”, concluiu.
A professora Vera Isabel já está aposentada por parte da rede estadual, porém continua atuando pelo município, etapa que deve ser concluída em fevereiro de 2025 com a chegada da sua segunda aposentadoria.
ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*