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Professora de Candiota avalia que processo seletivo para estágio não é também o melhor critério

Mas ela é crítica ao método atual de indicação pura e simplesmente política

Na semana passada, um anteprojeto de lei de autoria da vereadora Luana Vais (PT), foi rejeitado pelo segundo ano seguido na Câmara de Candiota. A proposta da vereadora é que a escolha de estagiários tanto para a Prefeitura como para a Câmara sejam feitas por meio de um processo seletivo, ou seja, com aplicação de uma prova. A ideia se contrapõe, segundo a autora, com o modelo atual e que é assim desde que o município foi emancipado em 1992, de que a indicação depende de um apadrinhamento político do estudante, o famoso QI – quem indica.

Discordando tanto do modelo atual, como de um processo seletivo, a professora e diretora da Escola Estadual de Ensino Médio (EEEM) Oito de Agosto – localizada no assentamento de mesmo nome, Sandra Müller, que também é ex-vereadora, assinalou em uma postagem nas redes sociais, que o ideal seria um modelo com mais participação da sociedade. “Sobre o projeto de lei que propõe o processo seletivo para vagas de estágio, não sou a favor, pois, penso que desta forma favoreceria estudantes com melhor desempenho cognitivo, sendo que, na maioria das vezes o desempenho cognitivo está vinculado à questão sócio-econômica e a estrutura de apoio familiar. Em minha opinião o estágio, além de ter a finalidade de contribuir com a práxis, ou seja, possibilitar a experiência do estudante em sua área de formação (no caso de ensino superior), deve ter como premissa, de contemplar os que mais precisam, cujo estágio seja um aporte para fortalecer as condições de permanência do estudante na escola, contribuindo com a melhoria de seu desempenho escolar, sua condição social, bem como de sua família.
Também, não pode ser distribuído como mercadoria de barganha eleitoral, o que além de não contemplar os aspectos citados, constitui um desserviço à cidadania, para dizer o mínimo”, pontua.
 Como indicativo, a professora entende que para ocupar as vagas de estágio, com igualdade e equidade, os poderes constituídos do município (Executivo e Legislativo), devem promover o chamamento da sociedade civil organizada. “Para a construção de critérios justos e inclusivos, com a participação de escolas de ensino médio e pós-médio, Círculos de Pais e Mestres (CPMs), agência local do Serviço Nacional de Empregos (Sine), Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), universidades da região, etc, mesmo que, através de representações, para coletivamente, resgatarmos o verdadeiro propósito dos estágios remunerados: que sejam instrumento de cidadania”, observou.
ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO

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