ESCOLA DO CAMPO

Projeto da escola Chico Mendes é selecionado para a 45ª Expointer

Projeto contempla plantio de de árvores frutíferas e plantas que resultem em alimentação Foto: Divulgação TP

Desenvolvido em continuidade a outros projetos ambientais realizados desde 2017 na escola estadual Chico Mendes, localizada no interior de Hulha Negra, o projeto Semeando Agrofloresta já alcançou destaque estadual.

Com a participação de um público de 68 alunos 1º ao 7º ano, além da comunidade escolar e parceiros como entidades, técnicos e agrônomos, o projeto foi inscrito para a 45ª Expointer, que irá ocorrer de 27 de agosto a 4 de setembro de 2022, no Parque Assis Brasil, em Esteio. O processo seletivo contou com mais de 50 projetos inscritos, além da Chico Mendes, outros 14 trabalhos de escolas estaduais foram selecionados para participar da exposição.

Diversos trabalhos ligados ao tema estão sendo realizados dentro do projeto Agrofloresta Foto: Divulgação TP

Em entrevista ao Tribuna do Pampa, o diretor da escola, o professor Mariano Gasso de Gasso, explicou que a escola foi convidada a se inscrever na exposição internacional. “A professora Elisa Portela, responsável pelas escolas do campo na Coordenadoria Regional de Educação de Bagé, nos incentivou a realizar a inscrição, uma vez que conhecia nossos trabalhos relacionados ao meio ambiente. Desta forma enviamos o projeto da Agrofloresta e recebemos o comunicado de que havíamos sido selecionados para a exposição na Expointer de 2022”.

Questionado pelo jornal o que essa seleção representa para a comunidade escolar e quais as expectativas do desenvolvimento do projeto Agrofloresta na Expointer, Mariano diz ser uma forma de mostrar que a escola está viva e tem fundamental importância para a comunidade. “A escola deve ser mais do que um local de repasse de conhecimento, ela deve também propor alternativas para o público de sua abrangência. Na Chico Mendes, os educandos, em sua maioria, pertencem a famílias de agricultores assentados da Reforma Agrária os quais têm pequenas áreas de terra, terra essa que deve ser bem aproveitada e acima de tudo preservada para que continue servindo como base para a produção de alimentos para a atual e futuras gerações. É preciso valorizar a educação do campo, incentivando uma forma diferente de se relacionar com o meio ambiente, produzindo alimentos saudáveis, plantando árvores, conservando a biodiversidade e participando de maneira significativa com a preservação ambiental. Com o plantio de árvores e o consórcio com outras culturas, a Agrofloresta é também uma organização produtiva que contribuirá no reaproveitamento de áreas produtivas e na geração de renda nas pequenas propriedades”, explicou o diretor.

O PROJETO – Conforme explicado ao jornal pelo diretor Mariano e pelo professor responsável pelo projeto, Vagner Vicentin Persio, que conta também com a colaboração dos professores Cenira Hahn, Cleonice de Fátima da Cruz, Odilane dos Santos de Bortolli, Nádia Teresinha de Picoli, Itamar de Oliveira Barros e Tatiana Garcia, a implantação da Agrofloresta na escola tem como propósito a valorização de espécies nativas e frutíferas e aumento da biodiversidade. “A Agrofloresta permite a utilização de área em desuso, proteção de recursos hídricos e relacionar o ensino/aprendizagem do aluno e a vida no campo através de um modelo de produção sustentável, que consorcia as plantas nativas com plantas de cultura, hortaliças, leguminosas, grãos e tubérculos, contribuindo para a formação de cidadãos críticos e conscientes, capazes de atuarem na realidade em que estão inseridos e nas questões sócio-ambientais de maneira comprometida”, ressaltou.

O diretor também explicou que “o objetivo da agrofloresta é mostrar aos alunos que é possível conciliar uma alimentação sem veneno, respeitando o solo, sem esgotar a água e o próprio solo e que é conciliável devolver a natureza tudo aquilo que retiramos dela para a nossa sobrevivência, ou seja, se prioriza a produção de alimentos sem se descuidar do zelo pelo meio ambiente, proporcionando ainda benefícios ambientais, econômicos, sociais e culturais”.

A realização do projeto contempla palestras, oficinas, pesquisas, limpeza em torno da nascente para replantio de árvores nativas e ou de frutíferas que está diretamente ligada a Agrofloresta, intensificação das atividades na horta escolar, plantio de árvores na Agrofloresta, pesquisa e estudo da questão da água na região e a qualidade, ligada diretamente ao plantio de árvores, elaboração de maquetes e cartazes, lives e estudos sobre temas ambientais, preparo de terra, construção de caderno de receitas e oficina de artesanato utilizando o trigo, entre outros trabalhos.

 

* Originalmente este conteúdo foi publicado no jornal impresso

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