ENOGASTRONOMIA

Projeto em Candiota prevê indústria de azeite, loja, pousada e restaurante às margens da BR-293

Inicialmente será implantada a indústria e após a expansão em etapas

Entusiasta da região, após 45 anos de advocacia, o foco do empreendedor agora é a olivicultura, com os pés no presente, mas o olhar no futuro Foto: Divulgação TP

Na última semana, o jornal conversou com o advogado, empresário e produtor rural portoloagrense, Jorge Buchabqui, que contou seus planos de expansão de seus negócios na região.

Buchabqui, o filho Rafael e a filha Carolina já empreendem no interior de Pinheiro Machado, desde 2017, quando desenvolveram o azeite Torrinhas, na Fazenda Lanceiros Negros, que fica no limite da Serra do Sudeste e da Campanha Gaúcha, atraídos pela linha do paralelo 31° Sul, considerado ideal para a fruticultura. Ainda, a família Buchabqui possui uma propriedade com pecuária em Candiota.

O primeiro contato do TP com Jorge foi durante uma reunião recente na Prefeitura de Candiota, quando se iniciou o debate para a criação de um polo regional, que integre a atividade carbonífera com as demais da região, como a produção de vinhos, de azeitonas e azeite e o turismo. Na ocasião, ele falou desta ideia de integração, destacando a colocação em prática de um projeto liderado por ele, os filhos e outros cinco produtores da região.

orge Buchabqui está em plena colheita da azeitona em sua propriedade
em Pinheiro Machado. Na foto, ele com o filho Rafael, com quem, juntamente
com a filha Carolina, tem sociedade em todos os seus negócios Foto: Divulgação TP

PROJETO – Em meio a colheita de azeitonas, pois se está em plena safra, Jorge Buchabqui encontrou tempo para responder alguns questionamentos enviados pelo jornal sobre o seu mais novo empreendimento.

Segundo ele, numa primeira fase será implantada em Candiota, uma fábrica de azeites de oliva, em área de 18 hectares localizada numa região estratégica. O local fica próximo ao Marco do Seival, entre o arroio e os silos da Cotribá (antiga Cerealista Reimann), às margens na BR-293.

Ele frisa, que nesta região, ao longo de alguns quilômetros, há uma série de produtores de uva, vinhos, azeites e azeitonas, como a Vinícola Miolo (Seival), Luiz Eduardo Batalha, Vinícola Batalha e a Bueno Wines (Galvão Bueno). “A escolha do lugar foi justamente por isso, pelas facilidades logísticas e por estar onde há outros produtores de azeite e de vinhos, projetando um futuro breve de um polo enogastronômico”, destaca.

O projeto, dividido em etapas, ainda prevê a implantação de uma loja de azeites, um restaurante e uma pousada.

O investimento total deve chegar a cerca de R$ 20 milhões, sendo R$ 10 milhões na primeira fase (indústria) e mesma quantia numa segunda etapa.

Além dele e os filhos, como dito, outros cinco sócios estão no negócio da indústria, sendo que já são também proprietários de pomares de oliveiras na região: Luiz Fernando Mainardi (deputado estadual), James Cleary (ex-CEO do frigorífico Pampeano), Marcelo Fagundes, Gustavo de la Barrera e Rodrigo Sebben.

A previsão é que o empreendimento comece a ganhar forma concreta nos próximos 60 dias e o funcionamento em fevereiro de 2024.

FUTURO – Entusiasta da região, Jorge Buchabqui enxerga este garrão do Rio Grande com grande potencial. “Temos paisagens, história e cultura próprias e diferenciadas. Temos carnes de primeira qualidade, vinhos e azeites que se destacam. O Bioma Pampa é uma dádiva que possibilita um grande futuro no turismo e na enogastronomia”, projeta.

Depois de 45 anos como operador do Direito, o foco dele nos últimos anos tem sido a olivicultura, que avalia ser um grande desafio não só como negócio como também de interação com a natureza. “O mercado de azeites é difícil, em razão da concorrência com alguns importados de baixa qualidade e preços reduzidos, mas promissor em razão do crescente reconhecimento obtido pela sua excelência. Além disso, hoje o Brasil importa 98% do azeite que consome, o que indica que temos muito a crescer dentro de nosso próprio país”, aponta com os pés no presente e os olhos no futuro.

ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*

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