A Câmara de Candiota derrubou pela segunda vez – a primeira havia sido em 2022, uma proposta da vereadora Luana Vais (PT), para que seja modificada a escolha para vagas de estágio no âmbito da administração municipal. Segundo Luana, a regra hoje é a indicação política para os mais de 80 estágios que existem entre Prefeitura e Câmara. Ela propõe que seja feito um processo seletivo.
O ante-projeto de lei (APL) teve um pedido de destaque (para melhor avaliação) pelo vereador Adriano Revelante (MDB) na última semana e nesta segunda-feira (15) foi a votação em plenário. Quatro vereadores votaram contrários à proposta – Gildo Feijó, Adriano Revelante e Hulda Alves (todos do MDB) e Ataídes da Silva (PT). Apenas o vereador Danilo Gonçalves (PT) votou favorável. A autora da proposta, Luana, e os vereadores Guilherme Barão (PDT) e Fabiano Aquere (sem partido) não votaram, porque cumprem agenda oficial em Brasília. O presidente Marcelo Gregório (PSDB) só votaria em caso de empate.
Na defesa da proposta, Luana lembrou que essa não é uma proposta para atingir o atual governo, inclusive lembrando que já defendia esta ideia anteriormente quando seu partido governava a cidade. “A proposta tem sentido de justiça, oportunizando que todos os estudantes possam participar em pé de igualdade e sem a interferência política, do conhecido QI – quem indica”, assinalou ela.
JUSTIFICATIVAS – Depois da votação, os vereadores Danilo, Gildo e Ataídes justificaram seus votos. Danilo assinalou que os estágios são usados politicamente e a proposta era que houvesse uma mudança nisso, lamentando a rejeição pela segunda vez seguida. “Infelizmente isso não aconteceu e temos que nos submeter à maioria”, disse.
Gildo afirmou até concordar com a proposta, a classificando de boa, porém questionou porque o PT não implementou quando foi governo durante 12 anos. “Tiveram todo esse tempo e não fizeram a modificação”, lembrando que o então vereador Valmir Cougo (PT) apresentou a mesma proposta na época, sendo que o PT, que era governo, segundo ele, não colocou em prática. “Agora nada mais justo que se siga o que há anos se faz, que é dar oportunidade aos estagiários. Isso é política, embora o nosso Executivo não olhe apenas a cor partidária para dar a primeira oportunidade aos jovens. Vejo jovens de todos os segmentos partidários trabalhando na Prefeitura e acho que não tem que olhar isso”, afirmou.
Por fim, o vereador Ataíde justificou seu voto contrário porque uma proposta sua anterior também foi rejeitada, que era colocar mais estagiários e menos cargos em comissão (CCs) na Prefeitura. “Então cada governo faz do jeito que achar melhor”, argumentou.
REAPRESENTAÇÃO – A vereadora Luana promete retornar com a proposta em 2024. No processo legislativo e regimental, uma matéria, quando rejeitada, só pode ser reapresentada no ano seguinte.
ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*
