EMPREENDEDORISMO

Proprietária de ateliê em Candiota luta pela união das artesãs e desenvolvimento do setor na região

Nora Ortiz tem seu próprio ateliê e faz do artesanato e da costura sua principal fonte de renda Foto: Divulgação TP

Compartilhar conhecimento e se unir para promover o desenvolvimento do artesanato em toda a região. Esse é o objetivo de Noranei Ortiz, proprietária do ateliê Rancho da Arte, localizado na sede do município de Candiota. Para o jornal, ela contou sobre a união dos grupos Mulheres Empreendedoras de Candiota e Associação Cacimbinhas Artesanato de Pinheiro Machado.

Segundo a profissional, que se mudou de Pinheiro Machado para a Capital Nacional do Carvão em 2017 e desde 2009 faz do artesanato e da costura sua fonte de renda, é preciso quebrar os tabus ligados ao setor e buscar unir forças. “Na minha opinião, um grupo sozinho é um barco remando contra a correnteza. Juntas vamos conseguir ser mais valorizadas a partir do nosso trabalho. Também temos que ir em busca de apoio do poder público em todos os municípios para realizar as nossas feiras, que agora estão paradas em função da pandemia, mas eu tenho procurado os prefeitos e vereadores. Precisamos garantir os locais que ocorrerão ou às vezes até mesmo o transporte para levar nossos produtos já ajuda muito”, disse. Conforme destacou, o prefeito Luiz Carlos Folador já garantiu total apoio à categoria no município de Candiota. O grupo já possui vínculo e Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e aguarda a possibilidade de cursos na área.

Ainda conforme lembrou Nora, quando se realiza uma feira de artesanato é o nome de cada município que está sendo levado adiante e gerando desenvolvimento econômico para todos de forma direta e indireta. “Se eu não mostrar meu trabalho, não tiver espaço e não buscar divulgar as pessoas não vão saber o que eu faço. Por isso precisamos desses espaços de divulgação e vejo as feiras como excelente oportunidade para melhorar os nossos negócios. Hoje temos a internet e todas as suas facilidades, lá eu divulgo que confecciono a máscara, a embalagem para guardar e até a capinha para o álcool em gel por exemplo”, afirmou a costureira que possui clientes até de outros estados.

Para ela, é importante que o artesanato passe a ser visto como uma importante fonte de renda para muitas famílias. Além disso, muitas pessoas fazem dessa prática uma grande aliada nos tratamentos para combater a depressão. “Eu comecei costurando a mão, depois de muito esforço consegui comprar a minha primeira máquina de costura e hoje tenho meu próprio ateliê com máquina industrial e tecidos a disposição dos clientes. Já estou produzindo jalecos e o nosso novo projeto busca apoio para iniciar na confecção de uniformes personalizados para empresas”, destacou.
Para a reportagem, Nora se disse totalmente realizada com o trabalho que faz e que toda mulher deve acreditar em si. “Essa não era a minha profissão, eu fazia por amor. Morei uns anos em Porto Alegre, me separei, já tinha meus dois filhos e passei a fazer costura e artesanato para implementar a renda. Voltei para Pinheiro Machado, pegava carona para ir a Pelotas comprar tecidos e fazia guardanapos. Comecei a vender muito e fazer muitas costuras, foi quando comprei a minha primeira máquina – pequena e caseira; também fui comprando o material aos poucos e hoje estou aqui com meu próprio ateliê. Se tenho dificuldades, problemas e desânimo as vezes? Sim, mas quero dizer para todas as mulheres que elas podem sim ter seu próprio negócio e se sustentarem assim como eu consegui e que juntas nós podemos ir muito mais longe”, finalizou.

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