EDUCAÇÃO

Protesto em Candiota pede contratos mais longos para transporte de escolas estaduais

As contratações são realizadas de seis em seis meses e o intervalo entre uma contratação e outra deixa os alunos sem ter como ir à escola

Comunidade escolar realizou protesto em frente à escola 8 de Agosto, trancando a estrada Foto: Divulgação TP

Na última quarta-feira (21), pais, alunos e professores realizaram um protesto em frente à escola estadual 8 de Agosto, localizada em assentamento do mesmo nome. Os participantes reivindicam que o transporte escolar passe a ser contratado para todo o ano letivo e não de seis em seis meses como vem acontecendo desde 2017.

A escola, que fica a 22 km da sede do município, teve o contrato do transporte escolar encerrado no dia 17 de setembro e o intervalo entre uma contratação e outra prejudica os alunos que necessitam desse transporte. Um exemplo é a escola 20 de Agosto, também localizada no interior do município, que ficou, recentemente, dois meses no aguardo do novo contrato.

Segundo a diretora da escola 8 de Agosto, professora Sandra Müller, essa situação vem se repetindo ano após ano, trazendo prejuízos ao aprendizado dos alunos. “Já fomos para a Secretaria Estadual de Educação (Seduc), já denunciamos na Promotoria, uma série de ações que não resultou em nada, tudo segue se repetindo”, lamentou a professora.

Sandra relata ainda que no caso da sua escola, essa será a segunda interrupção do ano. “O ano letivo começou em 21 de fevereiro e nós só passamos a ter transporte no dia 17 de março e agora encerrou novamente o contrato, o que tem acontecido, é que depois da licitação, demoram muito para chamar a empresa, deixando os alunos todo esse tempo sem transporte”, contou.

INDIGNAÇÃO – Conforme Graciela da Silva, mãe de um dos estudantes, a ideia é chamar a atenção do governo estadual e mostrar a indignação quanto à falta de transporte. “É uma vergonha esse modelo de contratação, porque passam os seis meses e as crianças ficam sem ter como ir para a aula, alguns vão à escola uma vez por semana, a cavalo ainda, então fica minha indignação, até quando nossos alunos do campo vão ficar sem acesso à escola?”, questionou.

Luis Pena, pai de uma estudante que mora a 12 km da escola, agradeceu o apoio dos participantes da manifestação. “Hoje tivemos muito êxito na manifestação com os pais, com a comunidade em geral, que vieram junto com a gente bloqueando a estrada do Jaguarão, precisamos dessa contratação emergencial de dois meses e para o ano inteiro, o quanto antes”, falou o pai da estudante.

13ª CRE – Em contato com a coordenadora da 13ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), sediada em Bagé e que abrange Candiota, Mirieli Rodrigues, ela afirmou ao TP que a equipe deu celeridade aos trâmites para a nova contratação para que não ocorresse novamente um intervalo tão grande. “Não podemos contratar antes de terminar o contrato que está vigente, mas já no dia 21, fizemos um termo de dispensa de licitação para ver quem estava disposto a fazer o transporte dos alunos. Como a empresa que já está trabalhando, venceu novamente, o processo andou mais rápido e já normalizou nesta sexta-feira (23)”, relatou.

Quanto à reivindicação dos pais para que o transporte seja contratado durante todo o ano letivo, para que não haja interrupções, segundo Mirieli, não é possível porque fere a legislação. “Mas estamos trabalhando para fazer licitação de cinco anos prevista na legislação, mas são decisões administrativas da Secretaria de Educação”, pontuou.

* Originalmente este conteúdo foi publicado no jornal impresso

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