GREVE GERAL

Região se manifesta contra a reforma da Previdência

Pelotão de Operações Especiais (POE) da Brigada Militar foi acionado pela desobstruir a MAC Foto: Léo Nunes/Especial TP

Conforme previsto, desde as primeiras horas da manhã desta sexta-feira (14), trabalhadores de diversas categorias de todo o Brasil estão mobilizados para a Greve Geral contra a reforma da Previdência, proposta pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) e que já tramita no Congresso Nacional, através da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 45/2019. A greve foi convocada pelas principais centrais sindicais, como Central Única dos Trabalhadores (CUT) e Força Sindical. Na região, a mobilização também iniciou ainda de madrugada.

CANDIOTA – Na Capital Nacional do Carvão, os manifestantes tentaram por duas ocasiões fazer bloqueios de maior durabilidade tanto na BR-293 quanto na rodovia Miguel Arlindo Câmara (MAC). Contudo, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) – que estava posicionada desde o início da madrugada no trevo da Vila Operária, com auxílio da Pelotão de Operações Especiais (POE) da Brigada Militar, debelaram as tentativas. Na MAC, os manifestantes chegaram até bloquear com  fogo em pneus a rodovia, porém o POE, inclusive lançando algumas bombas de efeito moral, em seguida fez a liberação.

Também, um caminhão do Corpo de Bombeiros de Bagé foi chamado para a limpeza da pista – fato que foi ironizado por alguns manifestantes, que lembraram que o caminhão dos bombeiros havia sido retirado de Candiota pelo governo do Estado, assim como o fechamento da unidade no município.

Segundo avaliação de algumas lideranças do movimento, apesar da intervenção considerada por elas como desmedida por parte das forças policiais, o protesto atingiu seus objetivos, que era externar a contrariedade à reforma previdenciária proposta pelo governo federal. Ninguém se feriu. Após os desbloqueios, os manifestantes ficaram ainda por mais algum tempo concentrados no canteiro central do trevo da Vila Operária, momento em que o prefeito Adriano dos Santos (PT) levou sua solidariedade. Devido aos protestos, a maioria das escolas não tiveram aulas pela manhã. Agora de tarde não há mais previsão de manifestações na cidade.

Manifestantes ironizaram o fato do caminhão do Corpo de Bombeiros que havia sido da unidade de Candiota e levado embora para Bagé, agora ser usado na operação de limpeza da pista Foto: Divulgação TP

Manifestantes ainda ficaram no canteiro central do trevo da Vila Operária até o final da manhã. Prefeito Adriano dos Santos esteve no local Foto: Divulgação TP

BAGÉ – Logo de madrugada a entrada das garagens das empresas que fazem o transporte coletivo na cidade haviam sido bloqueadas pelos manifestantes, tendo adesão dos trabalhadores rodoviários. Ao longo da manhã, após negociações, o transporte foi sendo liberado e normalizado. Houve passeata na avenida Sete de Setembro e concentração na praça Silveira Martins.

Houve passeata no centro de Bagé Foto: Divulgação TP

PINHEIRO MACHADO No município, a mobilização ficou a cargo do Sindicato dos Municipários de Pinheiro Machado (SiMPiM). O ato, que teve início às 14h em frente ao prédio da Prefeitura, reuniu aproximadamente 80 pessoas – entre funcionários ativos, inativos e comunidade em geral, insatisfeita com a proposta de reforma. O protesto contou ainda com o apoio do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) e do Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (Cpers).

Para o TP, a pre­sidente do SiMPiM, Ângela Régio Marques, reforçou o descontentamento com a falta de adesão de muitos que se dizem insatisfeitos com a atual situação do país. “Mandamos um ofício para o prefeito Zé Antônio, que atendeu o nosso pedido e dispensou todos os funcio­nários no turno da tarde para que pudessem participar da mobilização e nem assim as pessoas comparecem para mostrar a sua indignação”, disse. Ainda segundo ela, professores dispensaram os alunos às 15h para se unir ao movimento.

Mateus Garcia (PDT), presidente da Câmara de Vereadores e do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR), esteve presente e discursou também de forma contrária ao texto original da reforma da Previdência e pelos cortes na área da Educação. “Não podemos compactuar que só queiram mexer nos direitos dos mais pobres. Enquanto isso, os ricos, banqueiros e donos de grandes multinacionais devem bilhões à Previdência e não são cobrados”, falou durante o ato.

HULHA E PEDRAS – Na Terra da Festa do Colono, assim como na Cidade do Castelo não houve registro de manifestações.

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