REFORMA AGRÁRIA

Segundo MST, acampamento já reúne 250 famílias em Hulha Negra

Acampamento começou a ser montado na quinta da semana passada Foto: Divulgação TP

Desde a última quinta-feira (19), que o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) organiza um acampamento às margens da BR-293, em Hulha Negra. O local é cedido aos sem-terra pelo proprietário da área e fica localizado a cerca de 400m da ponte sobre o Rio Negro (sentido Candiota-Hulha Negra) à esquerda, próximo a entrada para o Passinho.

Conforme o líder do MST estadual, Ildo Pereira, o esforço é chegar a 500 famílias cadastradas no local, sendo que, segundo ele, até esta segunda-feira (23), já havia cerca de 250 delas. Ildo explica que essas famílias são da região de Campanha, Fronteira-Oeste e Sul do Estado. “Nossa região possui cerca de 60 assentamentos que estão na terra há mais de 30 anos, porém tem muita gente que quer a conquista de um pedaço de terra para produzir e esta é a razão de nossa decisão política em montar o acampamento, no sentido de pressionar pela reforma agrária”, assinala.

O MST projeta que até o fim desta semana, o acampamento já tenha aproximadamente 400 famílias.

Indagado sobre a presença dos ruralistas nas proximidades, estando numa espécie de vigília no trevo de entrada de Hulha Negra – a poucos quilômetros do local do acampamento, o líder sem-terra disse que eles vêem com naturalidade a situação. “Está na certidão de nascimento deles ser contra ideologicamente ao MST. Eles fazem a ação deles e nós a nossa”, destacou.

O deputado federal Dionilso Marcon (PT), que já foi acampado na 8 de Agosto, em Candiota, na década de 1980 e hoje é assentado da reforma agrária em Nova Santa Rita, gravou um vídeo de apoio ao movimento. “A direita sempre quando os trabalhadores se organizam, fica nervosa, porque sabe que o povo unido conquista a libertação. A chegada dos assentamentos na região ajudou para a emancipação de Candiota, Hulha Negra, Pedras Altas (que tem um prefeito assentado) e Aceguá. Lavem a boca com soda para falar mal do MST”, disse.

 

RURALISTAS

 

Fazendo o contraponto a ação do MST, as lideranças ruralistas e proprietários de terras da região, como dito, estão atentos a movimentação. O deputado federal Afonso Hamm (Progressistas), gravou um vídeo onde ele visita à vigília dos produtores. Hamm, que também é produtor rural, disse não concordar com a ação do MST. “A preocupação é com o risco às invasões de propriedades”, disse.

No mesmo vídeo, o presidente do Sindicato e Associação Rural de Bagé, Geraldo Brossard, destaca que eles não estão ali para conflitar. “Viemos aqui para ratificar nosso direito”, afirmou.

O vice-presidente da Federação da Agricultura do RS (Farsul), Paulo Ricardo  Dias, destacou que a vigília não é somente em defesa da propriedade, mas também uma defesa física dos colegas proprietários de terras da vizinhança ao acampamento.

 

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