Não é de hoje que o jornal Tribuna do Pampa alerta para a necessidade premente de fazer o controle do consumo de água tratada tanto em Candiota, como em Hulha Negra.
Não à toa, que ambos os municípios passam por severa crise nesse setor. Hulha Negra vive neste momento um racionamento diário de quatro horas e Candiota teve que impor racionamento pela primeira vez na história no último outono/nverno.
Claro que Bagé, por exemplo, enfrenta sérios problemas de abastecimento, mas está ligado fundamentalmente a escassez de água bruta, que deve ser resolvido, pelo menos pelos próximos 50 anos, com a efetivação da barragem da Arvorezinha. A cidade já fez e faz o lição de casa em termos de sistema.
Hulha Negra enfrenta problemas na questão de água bruta, porém está muito próxima de resolver, quando entrar em funcionamento a estação de tratamento de água (ETA) da Trigolândia, que trará água bruta da barragem da Usina Pampa Sul. Porém, se não fazer o controle com colocação de hidrômetros, não haverá água que chegeue nas torneiras e o problema persistirá.
Já Candiota não enfrenta nenhum problema com falta de água para tratar. O caso de Candiota é única e exclusivamente no controle e gestão do recurso, pois dados extraoficiais e tudo indica que são reais, apontam que o município trata água para uma população de 40 mil pessoas, quando na realidade tem 10 mil e cerca de somente 7 mil possuem acesso direto ao sistema de tratamento.
A série Água – consumo controlado, inaugurada na última edição e que nessa traz uma entrevista com a ex-diretora do Departamento de Água, Arroios e Esgoto de Bagé (Daeb), Estefanía Damboriarena, não tem qualquer objetivo de apontar culpados – até porque os problemas são históricos, mas sim embasar o debate saudável e necessário para que se evolua técnica e politicamente, tanto governos como população, sobre a necessidade urgente de medidas mais incisivas e não meramente paliativas na lida com um recurso vital à vida humana e extretamente finito, como é a água.
Portanto, a série quer extamente isso, estimular o debate, abrir mentes, quebrar barreiras e até preconceitos, no sentido da evolução prática.
Sobre a hidrometração, já nas duas primeiras reportagens, fica explícito na boca de diversos técnicos e especialistas, a sua fundamental importância e imprescindibilidade para qualquer sistema de tratamento e distribuição de água que queira um mínimo de eficiência e qualidade.
ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*