Pela doação das casas da CGT Eletrosul

A comitiva candiotense que esteve na capital de Santa Catarina nesta sexta-feira (2), na sede da CGT Eletrosul, acertou em cheio na proposta de reivindicar para que sejam doados ao município e após, a Prefeitura, dentro dos marcos que a legislação permite, aos moradores que neles habitam, os 411 imóveis que pertencem à Companhia e que ela quer se desfazer.
A medida pode parecer paternalista num primeiro momento, porém ela se reveste de total coerência, inclusive histórica, sem falar da questão econômica, senão vejamos.
A CGT Eletrosul, que pertence ao grupo Eletrobras, está prestes a ser privatizada.Por óbvio que este processo, até meio atropelado de venda desses imóveis, faz parte da proposta de privatização. É certo que a Eletrobras, ao deixar de ter o controle do Estado em 61% das suas ações, caindo para 46%, nas mãos privadas (54% do controle acionário), não irá querer penduricalhos como imóveis e sim será focada única e exclusivamente na geração e transmissão de energia.
Os imóveis construídos pela Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), em tempos diferentes, foram para atender uma demanda de trabalhadores da empresa. Ao longo do tempo, naturalmente, essas casas foram ampliando seu papel social e forjando em parte a comunidade candiotense, que muita ainda sente em sua formação de identidade.
Uma venda com critérios de mercado, como um leilão, certamente acarretará em muito além de um problema social, mas cultural e que implicará numa reacomodação desastrosa de boa parte da população local. Já se sabe que a grande maioria das pessoas não possuem recursos para a compra.
Poderemos ter uma deformação populacional na cidade e isso implicar em consequências que podem afetar várias gerações e a vida da comunidade de 10 mil habitantes.
Rogamos pela sensatez e sensibilidade da direção da CTG Eletrosul, que com a doação para a Prefeitura, de forma totalmente legal e constitucional, se livraria deste patrimônio incômodo, e mais, com este gesto, fomentaria o desenvolvimento local, pois, com as pessoas sendo donas de suas casas, poderão executar reformas e ampliações tendo acesso a financiamentos, além de não despertar a possibilidade de uma grande especulação imobiliária, onde somente alguns poucos irão ganhar.

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