Já há alguns dias foi lançada pelo Sindicato dos Municipários de Pinheiro Machado (SimPim), a campanha “E agora prefeito?”. A chamada busca um reajuste no salário dos servidores de 5% a partir do mês de novembro.
Ao ser procurado pelo Tribuna do Pampa, o presidente do SimPim, Marcio Garcia lembrou que há defasagem nos vencimentos e que a pauta já havia sido levantada em uma assembleia ocorrida no dia 4 de maio. “Tínhamos pedido 25% de aumento e mesmo assim estaríamos em déficit, pois há um acumulado de mais de 60% nos últimos anos de perdas do poder de compra do servidor. Ganhamos pouco mais de 5% antes e o prefeito disse que de acordo com a possibilidade financeira daria mais 5% em novembro e agora está se esquivando”, manifestou.
Marcio disse enxergar dois municípios pinheirenses. “Um que consegue R$1,5 milhão de recursos em Brasília, que está fazendo calçamento, que vai reabrir a Comparsa, o que acho muito importante, mas para o servidor é outro município, um de miséria. Hoje somos quase 800 famílias residentes em Pinheiro Machado e se colocarmos cinco pessoas por família da quase metade da cidade. Então negligenciar o servidor é negligenciar Pinheiro Machado. Na minha opinião deveria se priorizar o pai de família, o servidor que tem sustento, porque desta forma está ficando insustentável. Há padrões que são 30% abaixo do mínimo”, relatou.
O presidente do Sindicato afirmou que a campanha é para cobrar as promessas feitas, pois até o momento foram somente vazias. “Era a promessa de reforma de padrão que era pra ter entregue um planejamento em novembro de 2022 e ainda estou esperando. Em maio o prefeito anunciou os 5% para novembro e também ainda não houve confirmação. Esperamos que o prefeito reveja, pois Pinheiro Machado foi o que deu o menor reajuste da região. Temos o menor vale-alimentação, o menor valor de diária e o professor é o mais mal pago. Então como esperar bom serviço se tu paga mal teu servidor, não valoriza?”questiona.
O PREFEITO
O TP também conseguiu contato com o prefeito de Pinheiro Machado, Ronaldo Madruga. O gestor afirmou que a pauta do SimPim é justa e importante, mas que não há perspectiva de conceder o reajuste. “Falamos em possibilidade de alcançar mais 5%, possibilidade, não demos certeza e garantia, pois depende da economia. Não posso garantir algo onde dependo de como vai funcionar o fluxo de caixa e transferência de recursos da União para os municípios.”, disse Ronaldo.
O prefeito relatou estar com uma queda brusca da receita, do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), de ICMS, tanto que a Confederação Nacional dos Municípios (CNM) fez um movimento. “Eu estava em Brasília para termos um mínimo de compensação de ICMS e também do FPM devido a essa queda. No ano passado fechamos com uma perspectiva de 25% de crescimento no FPM, agora estamos com crescimento de -1%. É uma redução drástica”, relatou.
Ronaldo ainda alertou não adiantar alcançar um valor que não poderá ser cumprido posteriormente. “Não podemos piorar a situação. Precisamos andar com as finanças em equilíbrio, porque quando isso não ocorre prejudica não só um setor, mas todos os setores. Infelizmente, atualmente quem pode ajudar é o governo federal. Vamos aguardar para ver se haverá mais alguma compensação para auxiliar os municípios, pois os abaixo de 50 mil habitantes vivem de receitas de FPM – repasses do ente federado”, ressaltou, acrescentando que “a perspectiva é que final de 2024 comece a acontecer aceleração da economia”.
O gestor ainda ressaltou que em 2024 haverá impacto em decorrência do novo salário mínimo. “Isso acaba repercutindo em todo servidor, pois ninguém pode receber menos do que o salário mínimo. Aquele que está abaixo precisa ter o salário equiparado. Sem contar a reposição inflacionária do ano”, frisou.
Para concluir, o prefeito Ronaldo se referiu diretamente ao Sindicato. “Queríamos que o SimPim nos ajudasse na campanha de pressionar o governo federal para aumentar os repasses para os municípios. Seria muito bom, pois nos ajudaria a ajudar o servidor público”.
ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*