VALOR QUESTIONADO

Sindicato dos Mineiros de Candiota contesta contratação de empresa de consultoria por parte da CRM

Situação foi explicada ao jornal pela presidência da Companhia

Hermelindo usou a tribuna da Câmara Foto: J. André TP

Na sessão ordinária da última segunda-feira (27), da Câmara de Vereadores e Vereadoras de Candiota, representando o Sindicato dos Mineiros de Candiota, Hermelindo Ferreira fez uso do espaço Tribuna Livre. Na ocasião, o sindicalista expôs aos presentes e público que assistia, sua indignação acerca de uma contratação feita pela Companhia Riograndense de Mineração (CRM) com o grupo Alvarez e Marsal em mais de R$ 5 milhões.

“Fico abismado quando eu olho o contrato. Coleta de amostra de carvão para trabalho de laboratório. R$ 100 mil para pegar uma amostra de carvão. R$ 200 mil para entrega do material referente a análise do laboratório. Sabe quanto nós pagamos para pegar uma amostra de carvão e levar em Santa Catarina, na SATC, R$ 177 por amostra, menos de R$ 200. Isso é um repúdio ao dinheiro da CRM, dinheiro público onde nós passamos, como funcionários, o dia inteiro procurando fazer o máximo”, explanou Hermelindo.

Ele disse que não era possível ficar calado diante de uma situação como esta. “Infelizmente como diretor sindical, representando os trabalhadores da CRM temos que dizer aqui que isso foi a mando do próprio governo do Estado, porque a Procuradoria Geral do Estado disse que estava correto, a Contadoria e Auditoria-Geral do Estado (CAGE) que é o órgão fiscalizador do Estado fecha os olhos e nós vamos a derradeira gastando mais R$ 5 milhões”, questiona.

 

CRM

Presidente da CRM, Ademir Baretta, explicou o contrato Foto: J. André TP

O Tribuna do Pampa contatou o presidente da CRM, Ademir Baretta, em busca de esclarecimentos sobre a contratação de R$ 5 milhões. Segundo o presidente, os valores são contratados por parâmetros de serviço, de acordo com o histórico da Companhia e sem nenhum impacto aos cofres da CRM, que suporta todos os custos.

Baretta explicou que o objetivo é buscar um diagnóstico visando às decisões futuras da CRM. “Esse diagnóstico gerencial faz parte da busca de uma nova visão da Companhia, tendo em vista já ter em torno de 60 anos e está sem ter um diagnóstico profundo de quais as potencialidades que temos de mercado nacional e internacional, bem como qualidade de quantidade de carvão que temos em solo gaúcho. Esse diagnóstico permitirá dizermos junto ao governo do Estado, qual o rumo, melhor caminho da Companhia, melhor forma de gestão”, afirmou.

Ele lembrou que a CRM detém o poder de lavra de 90% das reservas de carvão mineral do país, então sobre esta ótica e grandiosidade que buscaram essa consultoria para se saber qual caminho tomado.  “A CRM não tem departamento comercial, não vendemos carvão, temos um grupo empresarial que compra o nosso carvão. Temos potencial, condições, qualidade para vender carvão para muitos países, mas nunca tivemos um diagnóstico completo do que a Companhia pode fazer e é isso que estamos buscando”, reafirmou Baretta.

O presidente da Companhia ainda disse respeitar o papel do Sindicato, pois cada um tem suas atribuições. “A vida nos atribui papeis, o nosso é uma gestão com serenidade e pés no chão. O papel do Sindicato é defender os mineiros, que nunca deixarão de existir, poderão não estar vinculados a CRM ou a Copelmi, mas estarão extraindo o carvão, terão sua ocupação, espaço e valor profissional preservados, seja qual for a decisão de gestão, o carvão continuará sendo explorado, os mineiros continuarão a trabalhar e o Sindicato continuará a existir. Então dentro dessa proposta de lealdade e respeito as atribuições de cada um, respeitamos o papel do Sindicato”, finalizou.

ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*

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