
Representantes de oito municípios se reuniram em Candiota para debater questões ligados ao agronegócio e também confraternizarem Foto: J. André TP
O presidente do Sindicato Rural de Candiota, Marco Antônio Marimon e sua diretoria receberam no município na noite da última sexta-feira (3), sindicalistas que representam outros sete municípios, que compõem a Regional 2 da Federação da Agricultura do RS (Farsul). Estatutariamente, cada uma possui 13 regionais da Farsul realiza mensalmente encontros, quando são debatidos assuntos ligados ao agronegócio como um todo, mas também sobre as questões locais.
Assim, estiveram reunidos no salão de festas da Vinícola Batalha Uvas e Vinhas, às margens da BR-293, representantes dos sindicatos rurais de Candiota, Livramento, Dom Pedrito, Bagé, São Gabriel, Lavras do Sul, Caçapava do Sul e Santana da Boa Vista. O encontro foi realizado pela primeira vez na Capital Nacional do Carvão.
A reportagem do jornal Tribuna do Pampa participou, assim como o prefeito Adriano dos Santos e a primeira-dama Adriana Langort, do momento da confraternização, oportunidade que entrevistou o presidente do Sindicato Rural de São Gabriel, Tarso Francisco Pires Teixeira, que é o coordenador da Regional 2 e também vice-presidente da Farsul.
Inicialmente, Tarso elogiou muito Candiota, especialmente pela sua diversidade. “É um município que orgulha não só o Rio Grande, mas o Brasil. Com esta diversidade, não apenas com sua produção de soja, arroz e pecuária de corte – que são culturas já tradicionais -, mas com a diversificação na produção de azeites e vinhos finíssimos. Isso é uma grife, além de ser um município estratégico geograficamente, ficando próximo a Bagé e à BR-293, que liga ao Porto de Rio Grande. Então, Candiota não é uma cidade conhecida apenas pela termoeletricidade, mas também pela sua potencialidade no agronegócio e sua diversificação”, assinala.
Em seguida, ele fez questão de enfatizar a importância da organização sindical e associativista. “Somos produtores rurais do século 21, com legislação trabalhista e ambiental do século 20 e uma logística do século 19. Nossas estradas, em qualquer nível, são uma vergonha. E isso dificulta muito a produção, especialmente porque eleva os custos. Neste sentido a necessidade de nossa união”, assinala.
2,4-D – Um assunto muito debatido durante a reunião foi a questão das derivas resultantes do uso de defensivos agrícolas, especialmente o 2,4-D, que segundo Tarso, tem prejudicado muito a diversificação agrícola, como a fruticultura. “Precisamos resolver este problema. A Farsul tem relevado muito este tema, mas em nossa opinião precisamos debater uma solução para isso. A soja, onde é usado o 2,4-D, é uma commodity e conforme auditores fiscais do RS não deixa quase nada no Estado, a não ser buracos nas estradas. O vinho e o azeite, por exemplo, tem uma tributação muito grande. Precisamos evitar uma monocultura que já houve no passado e foi prejudicial a nossa economia”, disse.
Outro tema abordado foi a nova organização sindical, devido ao término da contribuição compulsória em 2016 e que tem impactado demais a vida diária dos sindicatos como um todo, inclusive os rurais. “Nossa visão aqui na Regional 2 não é fazer adesão ou oposição a nenhum partido político. Nossa missão é defender o agronegócio, o estado democrático e a propriedade privada”, afirma, lembrando que as entidades estão buscando alternativas de sobrevivência.

Na foto, o presidente do Sindicato Rural de Candiota, Marco Antônio Marimon; o vice-presidente da Farsul e coordenador da Regional 2, Tarso Teixeira; o prefeito Adriano e um dos proprietários da Batalha Uvas e Vinhas, Giovâni Silveira Peres Foto: J. André TP
CANDIOTA – Oferecendo, além da hospitalidade comum do candiotense, os vinhos Batalha e um cordeiro assado no capricho, o presidente do Sindicato Rural de Candiota, Marco Antônio Marimon, salientou a importância de o encontro ser sediado no município. “Nossa atividade é dependente de todos os setores, mas especialmente precisamos da união de nossos produtores para superarmos as dificuldades. Nosso sindicato representa produtores de todos os tamanhos e por isso os conclamamos a nos unirmos”, destaca.
Em sua fala aos presentes, o prefeito Adriano lembrou que Candiota possui sua economia baseada na geração de energia, porém o setor primário é muito importante. “Tivemos um período em que a Usina de Candiota passou por reformas e ficou sem gerar energia, sendo que a UTE Pampa Sul ainda não está gerando. Neste período, quem segura a nossa economia é o setor rural”, destacou.