ADMINISTRAÇÃO

Situação financeira e política da Prefeitura de Candiota é debatida na Câmara

Racionamento e falta de recursos foram analisados durante a sessão desta semana

Questões administrativas da Prefeitura foram motivo de debate Foto: Arquivo TP

Os vereadores e vereadoras de Candiota, tanto de situação como de oposição, debateram as questões administrativas que tem envolvido a Prefeitura nos últimos dias, como o racionamento de água na sede do município e nos assentamentos – iniciado no último dia 17, além de questões financeiras e políticas.

O vereador Danilo Gonçalves (PT), foi o primeiro a falar, assinalando que não lembrava na história da cidade de ter havido racionamento de água. Ele lamentou que as pessoas chegam em casa e não podem sequer tomar um banho por conta da contenção. Ele criticou que há falta de recursos para muitas coisas na Prefeitura, porém não falta, segundo ele, para nomeações de cargos em comissão (CCs), também assinalando que máquinas estão paradas por falta de óleo diesel.

Utilizando os espaços de tema livre e liderança do PT, a vereadora Luana Vais também fez duras críticas ao governo municipal, lembrando que a atual gestão se elegeu dizendo que iria resolver o problema da água e que não foi sanado pelo anterior. “Passados dois anos e meio, o que se tem é um racionamento”, ironizou ela, assinalando que várias ações poderiam ter sido tomadas e que nada foi feito. A parlamentar ainda apontou que a Prefeitura já está enfrentando diversas dificuldades financeiras, projetando como seria caso se concretize a catástrofe do fechamento da Usina de Candiota e a falta de incentivo ao carvão mineral. “Estamos muito preocupados, sendo que estão sendo propostas mais despesas sem previsão de receita”, destacou ela.

O vereador Guilherme Barão (PDT) também se disse muito preocupado com a situação da Prefeitura, ainda mais com a possibilidade concreta de fechamento da Fase C, criticando, por exemplo, a criação de mais um secretaria de governo, como já está tramitando o projeto de lei na Câmara. O vereador lembrou que para além do não pagamento do vale-alimentação na data normal, o município ficou sem recursos para aquisição de óleo diesel, já tendo uma dívida de R$ 2 milhões em restos a pagar de outros anos, bem como, quase a mesma quantia em parcelas vencidas do Regime de Próprio de Previdência do Servidor (RPPS). “O município passa por sérias dificuldades financeiras e pode cair ainda mais. Estamos com racionamento de água. Tenho cinco mandatos e nunca vi uma situação como agora. É preciso planejar, porque as dificuldades em 2024 podem ser piores”, alerta.

A vereadora Hulda Alves (MDB), se referiu especificamente a criação da Secretaria de Políticas Públicas da Mulher, que já tramita na Câmara, sendo ela cotada para assumir o cargo. Ela fez a defesa da criação da nova estrutura, argumentando que não é despesa e sim investimento, porque, segundo ela, há muitos recursos disponíveis para essa área nas esferas estadual e federal. Hulda lembrou que é uma bandeira sua desde o início do mandato. Ela pediu que as pessoas assistissem uma transmissão a vivo que fez nas redes sociais, onde explica com detalhes a importância da criação da nova secretaria. Por fim, disse que o prefeito Adriano dos Santos (PT), apesar de ter suas contas aprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-RS), foi apontado por falta de uma política para as mulheres. “Não só para tratar sobre violência, mas sim de capacitação, orientação e inserção”, argumenta.

O vereador e presidente da Câmara, Marcelo Gregório (PSDB), se deteve a questão do racionamento, dizendo que é morador da sede do município e convive com o problema, tendo lutado por uma solução. Segundo ele, não fosse o imbróglio da privatização da Companhia Rio-grandense de Saneamento (Corsan), Candiota já teria acessado os recursos necessários, por meio do governo do Estado, para resolver o problema. Caso contrário, projeta ele, terá que ser com recursos próprios. Marcelo disse ser um entusiasta dessa questão e que ela deverá ser resolvida.

Utilizando o espaço da liderança do MDB, o vereador Gildo Feijó assinalou que é lógico que não se queria o racionamento. Ele lembrou que não faz muito tempo que não se tinha sequer alimento para o gado, evidenciando que ainda não choveu o suficiente para encher os reservatórios. O vereador disse que o racionamento já era para ter acontecido, mas o governo segurou com a esperança que chovesse, frisando que Bagé está em racionamento de água há muito tempo. “Foi acertada a atitude do Executivo”, disse, lembrando sua proposição recente na Câmara para aquisição de caixas de água para as famílias mais pobres.

 

ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*

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