Surfando na crise

Bolsonaro anda como um surfista desastrado. Quando passa a onda boa ele não pega e quando pega a onda é ruim. Surfista de quinta categoria, faz tempo que não pega onda boa e ao pegar cai na primeira manobra.
Surfista que pouco sabe nadar, vive a dar “manotaços” de afogado. Um dia sim, outro também, ofende um, agride outro e indica um golpe de estado que só existe na cabeça dele e de um bando (não tão pequeno) de destrambelhados que ainda o acompanham.
Uma coisa parece certa, se o comando das forças armadas resolver dar um golpe de estado (que eu não acredito que venham a dar) o primeiro a cair será o presidente e evidentemente assumirá um general de cinco estrelas. Não acredito que alguém em boa sanidade mental creia que o comando das forças armadas dará um golpe para sustentar um sujeito do padrão moral do atual presidente.
Promover a baderna é a única maneira que Bolsonaro tem para ainda ser lembrado em notícias que não sejam as que remetem ao seu desastrado desgoverno.
Uma análise de mídia da in.Pacto Inteligência em Comunicação, do Grupo Voto, publicada esta semana, diz sobre Bolsonaro que “O que a absoluta falta de discernimento e cuidado de Bolsonaro não lhe permite enxergar é que ele testa os limites da democracia e da tolerância com ameaças iliberais no momento em que lhe escapam os apoios que conservava espantosamente até aqui, a despeito de não trabalhar, de sua gestão criminosa da pandemia e de uma economia que patina entre os indicadores inaceitáveis da vida real e a anunciada intenção de arrombar os cofres públicos já depauperados para vencer as eleições”.
Por outro lado, mas no mesmo rumo, a pesquisa XP/Ipespe divulgada na terça-feira mostra o óbvio, a decadência da intenção de votos no presidente que pretende ser reeleito no próximo ano.
Para complicar, a vacinação nos mostra a cada dia de forma evidente e contundente que a negação da pandemia, a indicação de medicamentos que não produzem efeitos, a incitação ao não uso de máscaras, as insistentes demonstrações do presidente de promover aglomerações e o desleixo na aquisição de vacinas no menor tempo possível levaram centenas de milhares de brasileiros à morte. São elementos mais que suficientes para que o Congresso elimine o presidente do cargo com um impeachment, e nem vou tratar das corrupções divulgadas onde estão envolvidos o presidente, seus filhos, esposa, demais familiares e amigos.
Porém, quem deve decidir o futuro do país é o povo, no voto. Elegeu, aguenta.

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