Em dezembro de 2022, a Prefeitura de Candiota fez um decreto proibindo a entrada e a circulação de caminhões e bitrens com carga a partir de 16 toneladas e de veículos com comprimento acima de 14 metros nos perímetros urbanos, estradas vicinais, estradas e corredores rurais do município. No entanto, o que está determinado não vem sendo cumprido e tem gerado transtornos aos moradores do interior do município.
Moradora do assentamento Roça Nova, Lidiane Gregório postou um desabafo em suas redes sociais. “Todos os anos a mesma coisa. Este ano uma pequena evolução, placas foram colocadas, no entanto não serviram de nada. Os caminhões continuam passando e nós moradores vivendo sem condições dignas por causa da terra dentro de nossas casas, alergia nas crianças, sem poder abrir nada para tentar não limpar a casa mais de duas vezes ao dia”, colocou.
Ela ainda acrescentou: “não sou contra o desenvolvimento, mas precisa vir para beneficiar o município e não prejudicar. E nós munícipes não estamos vendo nenhum benefício com estas carretas de lenha”, falou.
Tendo em vista essa situação, a Prefeitura já realizou uma reunião no dia 12 de janeiro, entre o Executivo, Legislativo e as empresas que transportam lenha no interior. Na oportunidade foram acertadas algumas alternativas, sendo elas, que uma empresa colocaria um caminhão-pipa para minimizar a poeira.
Outro ponto seria que a CMPC Celulose, que extrai madeira no interior do município, enviaria uma lista das empresas que estão trabalhando na sua área de plantação para que se possa também incluí-las nos encaminhamentos.
A possibilidade acidentes também é iminente, sendo que recentemente, uma batida entre dois veículos, inclusive com feridos, teria tido como causa, a poeira provocada por um caminhão de madeira.
MEDIDAS – Em contato com o TP, o coordenador de Segurança,Trânsito e da Defesa Civil de Candiota, Flávio Sanches, ressaltou que o município fez várias reuniões com as empresas transportadoras de madeira, que além de se comprometeram em colocar um caminhão-pipa, também ficou acertado de darem manutenção nas estradas que não suportam o excesso de peso transportado pelos mesmos, que chegam transportar cerca de 58 toneladas de madeira. “Do acordo feito nada foi cumprido, obrigando o poder público tomar medidas drásticas para preservar as estradas, as pontes e a saúde pública devido a poeira causada por esse tipo de transporte”, relatou.
Flávio afirmou que já está agendada uma operação de fiscalização junto à Brigada Militar. “Todos os veículos enquadrados no decreto que forem encontrados transitando nas vias municipais serão retidos, autuados e terão que retornar a carga ao local de origem, sem exceção”, enfatizou.
O prefeito Luiz Carlos Folador se manifestou em suas redes sociais sobre a reunião que foi realizada na Prefeitura. “Tratamos com as empresas proprietárias de florestas de madeira nos assentamentos de Candiota, sobre medidas eficazes e imediatas para sanar os problemas enfrentados pela comunidade rural no tocante às dificuldades na trafegabilidade da área”, escreveu.
* Originalmente este conteúdo foi publicado no jornal impresso