*Por Odilo Dal Molin
ANIMAIS RACIONAIS
É o que somos. Ou deveríamos ser. Sim, racionais. Usamos a razão pois a natureza nos deu este dom. Ver, pensar, agir. Os irracionais não pensam, apenas agem pelo instinto. Se tem fome há que comer. Seja de qualquer espécie, de qualquer forma, como o carcará que pega, mata e come.
Nós, racionais, também matamos para comer. Jamais da nossa espécie. Porcos, galinhas, bois etc. Tudo nós traçamos sem remorso. É hábito.
O noticiário desta semana nos coloca frente a uma mãe que matou sua filha menina ainda e jogou o corpinho morto numa lixeira. Este absurdo não foi na Cracóvia nem no fim do mundo. Foi aqui, na nossa cidade de Guaíba.
E outra mãe, na mesma semana matou também sua filha nas beiras de Porto Alegre. Não foi no fim do mundo! Foi na nossa cara, na nossa casa.
Toda morte violenta nos diminui. O ‘matriparricídio’ é inaceitável e nos coloca abaixo dos irracionais.
OS VALORES
De todos os valores, o direito à vida é o maior e principal. Quanto mais fecharmos os olhos para fatos como estes, menores nos tornamos. Somos os únicos animais dotados de razão.
Aqui, no trevo de acesso à Vila Operária alojou-se um ser humano, um homem como nós nestes tempos de inverno. Dentro da tua casa, companheiro, é frio, muito frio. Como entender que não haja um abrigo melhor para acolhê-lo. Um mínimo de dignidade que fosse.
Quando vim para Candiota, era comum pessoas caminharem sem destino certo ao longo das estradas. Iam e vinham sem saber porquê. Portavam sua fortuna, papéis e trapos.
Eram vítimas de um verme que se alojava no cérebro humano. Provinha do hábito de comer cérebro de ovelha, mal passado. Pobre comia cabeça de ovelha, às vezes mal passadas e este verme se alojava no cérebro humano.
A vacina liquidou com o verme e salvou muitos de nós de perder o juízo.
O assunto de hoje foi pesado. Não podemos ficar indiferentes. Dói em todos. Há misérias que nos abatem e não convém dar de ombros e fingir que não é conosco.
VIAGEM…
… num cavalo baio, no alazão da noite, cujo nome é raio,
raio, raio de luar vamos colher avencas, lírios, rosas, dálias
pelos campos verdes que você batiza de Jardim do Céu.
Paulo Cesar Pinheiro
ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*