TRÊS TOQUES – 31/JANE/2025

VARRIDOS

Foi horrível a repatriação dos nossos compatriotas pela prepotência de um governo que recém instalado fez questão de exibir ao mundo sua pior face.
Algemados de pés e mãos, acorrentados. Lembrei, não poderia deixar de lembrar, da situação de escravidão nas Américas. Navios negreiros, imundos transportavam e vendiam nossos irmãos negros africanos como se fossem mercadoria. A violência e a prepotência são irmãs gêmeas. Nascem do mesmo ovo e a imundície é a mesma.
Nossos compatriotas negros carecem que nunca esqueçamos, que nunca deixemos de levantarmos os tapetes e que façamos a varrição desta vergonha nacional. As Américas devem esta varrição da sujeira mais vergonhosa da história aos filhos e netos dos povos vendidos como mercadoria.
Devemos sempre lembrar. Devemos isso ao truculento e abusivo Trump. Não podemos ignorar o modo como navega hoje o avião ‘negreiro’ com pessoas acorrentadas e banidas.
Não podemos esconder a cabeça e fazer de conta de que nada vimos. Precisamos exigir desculpas do Grande Irmão do Norte.
Pessoas que buscam vida melhor não são bandidos. Não são criminosos. São pessoas que procuram uma vida melhor para si e seus filhos. Varridos como se varre a sujeira de casa.
O fedor das algemas inundou e contaminou o mundo todo. Onde estão os Bilac de hoje para chorar em versos pela vergonha nacional. Nunca nos cansemos de pedir perdão. Correntes são para as feras e nunca para humanos.

CARPINEJAR E O PADRE

CARPINEJAR é nosso cronista maior hoje no nosso Rio Grande. Ele juntou o CARPI da mãe e o NEJAR do pai numa palavra só e saiu a poetar nas páginas do maior jornal do nosso Rio Grande hoje, que é Zero Hora.
Recomendo a todos a leitura dos seus escritos. Vale muito à pena ler sua coluna no jornal ou na internet. É uma delícia de humanidade e nobreza sua leitura. Tu que aprecias a grandeza humana, o valor do carinho e do respeito, deves ler o que ele escreveu no jornal Zero Hora sobre o Padre Fábio de Melo, que está doente.
Padre Fábio sofre de depressão, esta doença cega e surda do nosso tempo. Esta dor que não se vê, que não se mostra e de difícil diagnóstico e que mata a pessoa por dentro. Não há como descrever esta doença maldita, moderna e destruidora. Só se sente.
Busques na internet e leias esta matéria. Ela vai te botar para cima. É um hino de amor e fraternidade bem escrito e generoso. É muito bom saber que nós humanos ainda existimos e resistimos como humanos. A dor do outro também dói em nós e ainda choramos com quem chora de dor.
A generosidade nos levanta, nos dignifica e nos aproxima. A doença que tem vergonha de mostrar sua cara é a mais dolorida e sofrida.
Juntemos o que nos resta de amor, aquilo que nos resta de nobre e abraçamos aqueles que sofrem. A mais injusta das doenças tem vergonha de mostrar sua cara.

CANTAR E CANTAR

Nunca esqueças de cantar, teu canto é remédio é consolo, é amor.

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