Tudo está em transição

Tem dias que eu penso que com o passar dos anos algumas coisas vão perdendo a importância que já tiveram. Será que é apenas uma impressão minha ou será que são as mudanças que acontecem que fazem com que coisas que me pareciam interessantes ontem deixaram de ser interessantes? Um desfile de escolas de samba em abril é no mínimo esquisito.
Em outros tempos a seleção brasileira de futebol era um símbolo do orgulho nacional. Foi assim que nos tornamos campeões mundiais com jogadores que atuavam nos times brasileiros, Pelé, Garrincha, Nílton Santos. Bem, este último tinha nome de jogadores de hoje, nome e sobrenome, porém, no tempo dos apelidos poucos saberiam dizer o nome e sobrenome de Garrincha, Manoel Francisco dos Santos. Eu lembrava do Mané, uma alusão ao Manoel, mas só pesquisando descobri o nome do craque. Quem sabe o nome de Manga, o histórico goleiro do Internacional? Não importa, o futebol não se joga mais nos campos de várzea (eventualmente aqui ou ali acontece) e times de primeira linha não jogam na América do Sul. A juventude, como eu, não dá muita importância ao tal de futebol que em outros tempos fazia muitos serem destaques até mesmo nas pequenas comunidades.
Com tantas coisas sendo mostradas ao mesmo tempo via internet, olimpíadas e copa do mundo passaram a ser apenas mais um evento.
Em outros tempos, uma eleição para governador era muito importante, o governador podia fazer coisas, projetos, obras, ações que interferiam de forma profunda na vida das pessoas. Nas últimas décadas, o governo do estado do Rio Grande do Sul foi perdendo importância de tal forma que muitos nem sabem o nome do atual governador. Nem eu, que fui pesquisar para saber quem assumiu o governo estadual, o “famoso” Ranolfo Vieira Júnior.
Alguém há de pensar, este não ouve rádio, não vê televisão, nem participa de redes sociais. Sim, não ouço rádio porque toca músicas de gente sofrida, abandonada, que nem vergonha tem de dizer que está esperando a volta de alguém que foi pra galera. Não vejo televisão porque novelas com intrigas, fofocas, traições não me interessam, nem jornalismo onde 95% das notícias são negativas. Nem passeio nas redes sociais onde quase todo mundo gosta mesmo é de rir e provocar.
Um alienado. Não. Leio as notícias que me interessam nos sites do Globo, Estadão, Correio do Povo, Tribuna do Pampa e de vez em quando no New York Times, Ás, Marca entre outros. Ouço músicos e bons compositores no YouTube. Tudo que escrevo está na internet. Mas gosto de encontrar os amigos e que eles me digam o que andaram fazendo.
Tudo está sempre mudando, mas algo não deveria mudar, o sentimento de uma sociedade que só ficará melhor se todos participarem da mudança para melhor.

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