A quarta-feira, 31 de agosto de 2016 entra para a história do Brasil como um dia nebuloso, de um país dividido, em que uma presidente da República eleita legitimamente com mais de 54 milhões foi apeada do poder com argumentos jurídicos frágeis. Porém, com uma avalanche política jamais vista, que conseguiu conjuminar vários setores da sociedade ao mesmo tempo em torno da causa.
Temos, pelo sim ou pelo não, um novo presidente empossado após a cassação pelo Senado Federal por ampla maioria – 61 senadores favoráveis e apenas 20 contrários. Não se terá um país pacificado como prega Michel Temer. As ruas estarão incendiadas até 2018. O mundo estará, por certo, desconfiado do Brasil. Não há como fazer uma ruptura sem graves traumas.
O custo do impeachment é alto, todos nós veremos logo adiante. E claro, mais uma vez é o povo quem pagará este preço. Aliás, desde que a presidente Dilma Rousseff tomou posse para seu segundo mandato em 2014 que já se vem pagando, com um país paralisado e mergulhado numa crise, que se revelou muito mais política do que econômica propriamente dita.
O caminho democrático mais correto a ser seguido, sempre indica que o povo deve emanar o poder e, portanto, somente ele tem o condão da decisão maior. Não foi assim que vimos acontecer neste dia 31 de agosto. Um dia cinza e que a história jamais tratará de colorir.