*Por Marco Antônio Ballejo Canto
Domingo com eleições é sempre um domingo especial. Goste você ou não de política não há como ficar distante das coisas deste domingo. Haverá debate sobre política em todos os lugares. Bem, se alguém resolver passar o dia só e nem for votar porque vota em outro município até poderá passar alheio ao que estará acontecendo.
No país infestado pelas bet da vida, fazer uma apostinha em quem vai ganhar estará na pauta de uns quantos e se todos sabem quem vai ganhar a aposta vai ser na diferença de votos. Mas que vai ter muita gente apostando, vai. O tempo passa, mas há velhos hábitos que continuam.
Pelas cidades alguns velhos amigos de muitos estarão de passagem. São aqueles que foram embora, mas não mudaram o título de eleitor de endereço só para uma vez a cada dois anos dar um passeio naquele lugar onde se sentem em casa.
Pelas cidades também andarão os perdidos, os que mudaram o título a pedido de algum vereador ou prefeito e que não tem nada a ver com o lugar. Certa vez um eleitor perdido estava diante da Escola Municipal Monteiro Lobato em Hulha Negra e desceu do carro perguntando: – onde fica a Escola Monteiro Lobato?
Fiquei sabendo que Hulha Negra tem mais de cinco mil eleitores e basta fazer uma matemática simples para saber que não poderia ter mais de quatro mil e duzentos, 70% da população. Haverá uns quantos perdidos a serviço da safadeza de uns quantos candidatos perambulando pelas ruas de Hulha Negra. Chegam de carro, votam e vão embora. Mas alguns vão pegar um almoço na casa do candidato supostamente beneficiado pela sua presença.
Naturalmente não vai faltar a “boca de urna”. Todos sabemos que não pode, mas sempre há um jeitinho de fazer o santinho chegar na mão do crente. O problema é que o crente nem sempre é fiel. Alguns pastores já tentaram ser vereadores em Hulha Negra, mas o pessoal jura que não votou neles porque querem que eles se dediquem às atividades pastorais. Melhor não misturar religião e política.
Alguns candidatos passarão o dia em “estado de nervos”. Muitos estarão refletindo que “poderiam ter trabalhado mais na campanha”. Até se dedicaram nas últimas horas fazendo com pressa o que deveriam ter feito com calma no devido tempo. Estes estão condenados ao fracasso. Mas o otimista fica pensando que sempre haverá uma exceção.
Os prefeitos que estão no cargo tem um problema que fica incomodando de forma relevante, pois todos sabemos que apenas os incompetentes não se reelegem. Pior não é perder, mas perder e sair com a marca da incompetência gravada na testa.
Os prefeitos que tentam eleger o sucessor tem outro problema para resolver no futuro. Qualquer um que não o conheça provavelmente fará a pergunta: – elegeu o sucessor? Se não elegeu será “taxado de incompetente à primeira vista”. E nem adianta tentar explicar porque não elegeu o sucessor. Perda de tempo.
Os intelectuais de plantão que não têm voto, que falam muito e rendem pouco, no final da tarde estarão questionando: – como pode terem eleito aquele analfabeto ignorante? Belas palavras sem conteúdo nem ações são de pouca serventia.
ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*