Um novo e necessário slogan

O maior jornal do Brasil, a Folha de S.Paulo, adotou recentemente um novo slogan (frase curta e impactante que representa a identidade de uma empresa, seu produto ou serviço). Abandonou o ‘Um jornal a serviço do Brasil’ pelo ‘Um jornal em defesa da energia limpa’.

O Tribuna do Pampa, que é o principal veículo de comunicação de Candiota, Hulha Negra, Pinheiro Machado e Pedras Altas, mas também com circulação em Bagé, aqui no Sul do Sul do mundo, também resolveu fazer uma mudança de slogan. Sai o ‘Compromisso com o desenvolvimento regional’, adotado desde a fundação do periódico em 2011, e entra o ‘Em defesa de uma transição energética justa’.

Na verdade, a mudança não é radical, porque o novo slogan reflete fincar ainda mais a bandeira do desenvolvimento regional, feito incondicionavelmente pelo jornal nos últimos 13 anos. Ao advogar, também incondicional e inegociável, pela transição energética justa, estamos a fazer mais uma vez a nossa missão e razão de ser, que é defender nossas potencialidades.

Estamos cientes e conscientes, como muitas vezes aqui expressamos, sobre a urgência climática. O clima do planeta está mexido, fruto de mais de 150 anos de um sistema econômico que não leva em conta as pessoas. As grandes potências mundiais, nesse período, financiaram seu desenvolvimento pleno sem se preocupar com o clima global. Agora, como sempre, com a temperatura da Terra em elevação, são os mais pobres dos países mais pobres que sofrem as consequências.

Precisamos parar de tapar o sol com a peneira, fazendo o jogo estrangeiro e dos grandes poluidores. Eles precisam pagar a conta e se negam a fazer. Nos acordos climáticos não cumprem metas e não alocam recursos para os países periféricos e em desenvolvimento poderem fazer as suas transições. As enchentes no RS mostram claramente quem são os mais atingidos.

Neste sentido que é premente nossa posição firme em relação a termos uma transição energética justa, brasileira e não importada sabe lá de onde e com que interesses. Submetermos a modelos de fora, não nos convence e não nos agrada. Precisamos debater a nossa transição, medindo inclusive quais nossos impactos e culpas no processo de crise climática. É preciso dosimetria.

Enfim, estamos de acordo em sermos cada vez mais um país de economia verde, sustentável e com energias renováveis, porém não abrimos mão de nossa potencialidade e vocação regional. Vamos fazer a transição energética sim, mas que ela aponte para nosso futuro e não para nossa desgraça.

*ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO

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