Umas e outras

Há dias em que o que escrevo não tem exatamente um tema para se alongar por 35, 40 linhas. Um dia desses é hoje. Daí que resolvi escrever sobre alguns temas.

Começo com o nosso Guarany, que alguns insistem em dizer, de Bagé. Que eu saiba, no Brasil, só existe um Guarany, bicampeão gaúcho, celeiro de craques de primeira grandeza na história do futebol brasileiro. Esta semana, disputando a Copa do Brasil, se não estou enganado, pela primeira vez, estreou com vitória. De repente, 20h49 da noite de quarta-feira, meu sobrinho Bernardo me envia uma mensagem: “Gooolll do Guarany! Tá chegando a classificação!”.

Bernardo não é bageense, mas tem uma gloriosa camisa vermelha e branca do Guarany autografada por Adriano Gabiru. Eu também tenho uma, sem autógrafo. Rapidamente vesti, fui no espelho, fiz a foto e enviei a ele a foto do tio devidamente fardado de torcedor do esquadrão que desfila no Estrela D’alva. Bernardo, que nasceu e mora em Porto Alegre, só viu a foto no dia seguinte e me enviou estas mensagens: “Avante Guarany!”; “Que alegria tio”; “Pulava em casa quando deu o gol”.

Nem tudo está perdido. Ainda há quem se emocione com algo que parece simples, uma vitória de Guarany, que é grandiosa no contexto em que vivemos.

Deixando o futebol e entrando na área política, fiquei pensando na coluna que escrevi semana passada e na tão falada queda de popularidade do presidente Lula. Não é por acaso. Quanto mais se fala, mais cai. Os que botaram este assunto com relevância na pauta sabem disso e por esta razão insistem tanto. Enquanto isso, o governo anda enrolado no discurso e talvez algo apegado a velhas fórmulas. Estas fórmulas, que um dia funcionaram, provavelmente não são as melhores para hoje.

O governo Lula pode não ser lá uma maravilha, mas é muito melhor que o governo Bolsonaro. Estivesse eu no governo faria uma pauta neste sentido. Além do mais, a princípio, Bolsonaro não será candidato no ano que vem. Assim se tira da pauta eventuais adversários e se faz um debate comparando com um adversário, que não será concorrente.

“O bom amigo que não compartilha exatamente das minhas opiniões políticas, sorriu, entendeu e preferiu mudar de assunto”

Dia desses eu promovia o governo com uma ironia dizendo a um desafeto de Lula que “Eu ando incomodado com o governo Lula, se vou à praia tem congestionamento na ida e na volta, um horror, supermercado cheio, bares cheios, e eu querendo estrada livre, bar vazio e supermercado também. Pensei investir na bolsa de valores, mas as empresas estão valendo muito. E eu querendo empresas que não valem nada. Este Lula só me decepciona”. O bom amigo que não compartilha exatamente das minhas opiniões políticas, sorriu, entendeu, e preferiu mudar de assunto.

No plano internacional, as coisas vão se acomodando enquanto as iniciais estripulias do presidente dos Estados Unidos vão se tornando coisas corriqueiras. Porém, é necessário entender que os líderes de esquerda estão escassos e os líderes de direita andam ganhando espaço em várias partes do mundo, como recentemente se viu na Alemanha, um país tradicionalmente social-democrata.

Com a Europa evoluindo para se firmar como um bloco em razão da necessidade, o equilíbrio nas relações políticas entre as grandes potências vai se organizando. Embora em poucos anos os destaques maiores tendem a ser China e Índia.

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