Vendas dos imóveis em Candiota

Candiota é forjada por empresas públicas. Sua história, desde os tempos da Viação Férrea do RS e depois a Rede Ferroviária Federal (RFFSA) nas primeiras décadas do século 20. Depois Departamento Autônomo de Carvão Mineral (DACM), Companhia Riograndense de Mineração (CRM), Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica (CGTEE) e agora por último a Companhia de Geração e Transmissão de Energia Elétrica do Sul do Brasil (CGT Eletrosul).

O perfil estatal de Candiota está no seu DNA. É evidente, que ele vem se modificando nos últimos tempos, quando as empresas privadas também vêm ganhando espaço, especialmente coma construção da UTE Pampa Sul. Agora, ainda mais, com as políticas neoliberais dos governos do Estado e federal, que priorizam a venda de empresas públicas.

Esta introdução deste Editorial é justamente para refletir sobre as origens e os cuidados que se faz necessário no momento, por exemplo, da venda dos imóveis da CGT Eletrosul das Vilas Operárias e Residencial – assunto que veio à tona esta semana.

A grande maioria dos 411 imóveis que a estatal está querendo leiloar não são apenas madeira e concreto. Eles têm histórias, famílias, gerações e abrigam algo muito sagrado, que é a vida das pessoas. Um processo desta natureza, ainda mais em meio a uma pandemia em escala mundial, não pode ser feito a toque de caixa, com poucas informações, no atropelo, com certo sigilo.

Se espera, como durante toda a história de Candiota isso foi regra, que a empresa tenha sensibilidade, responsabilidade social e olhar não mercantil sobre a situação, justamente para que se possa, se assim já está sendo selado, fazer a transição entre o público e o privado com menos sequelas possíveis.

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