
Vereador salientou que ao longo dos mais de 30 anos de município não foi dada uma solução duradoura. Ele não cita diretamente a privatização, mas dá a entender que a Prefeitura não tem mais condições de atacar sozinha o problema. De outro modo, vereador Léo Lopes falou em concurso público Foto: Reprodução TV Câmara
Na semana passada, o TP reproduziu uma pauta levantada no Legislativo pelos vereadores da bancada do PT. Axel Costa, Luana Vais e Marcelo Belmudes levantaram preocupações e mostraram em vídeos a precária situação do saneamento básico da cidade, principalmente no que refere a parte de esgoto.
Nesta semana o assunto foi novamente tema na Câmara, com novas situações levantadas pelos petistas, mas especialmente por uma análise feita pelo vereador Gildo Feijó (MDB). Os parlamentares relembraram o problema, afirmando haver necessidade de uma solução definitiva e um trabalho neste sentido por parte do Executivo.
‘BOMBA ATÔMICA’
O vereador Gildo Feijó (MDB) fez uma analogia, dizendo que o saneamento básico local é como estar em cima de uma ‘bomba atômica’. Ele também lembrou ser um problema muito antigo. “Água e esgoto é um problema muito sério que se arrasta por muitos anos. Me arrisco a dizer que todas as administrações que passaram não resolveram. Nós estamos em cima de uma ‘bomba atômica’ que é o nosso saneamento. E do jeito que vai, vai ficar cada vez pior. Acredito que tem que se criar algo diferente, não dá mais para conviver desta forma. É cano arrebentado para tudo que é lado, botando um monte de água fora. É esgoto entupido porque não dá vencimento”, afirmou.
Gildo disse que foi feita a tubulação para um determinado número de casas, mas houve aumento de imóveis, de núcleos e as redes continuam as mesmas, sendo difícil de ser solucionado. “Provavelmente o município não tenha mais essa capacidade de resolver de forma definitiva. Eu acompanho o saneamento há muitos anos, desde que Candiota se tornou cidade, inclusive fui chefe do Setor e sei o que estou falando. Atitudes sérias precisam ser tomadas e de forma drástica. Não medimos a água, nós não sabemos o que distribuímos de água. Sabemos que tratamos água para o equivalente a quatro Candiotas, mas ninguém mede ou sabe para onde vai, é desperdício. Ali no verão não teremos água, precisamos fazer discussões sérias”, expôs o vereador, ainda lembrando que os trabalhadores da Prefeitura do Setor são comprometidos, mas foram diminuindo com os anos e envelhecendo.
Também, ele falou de forma específica sobre a distribuição de água para o interior. “Penso que para os assentamentos deveríamos ter uma estação de tratamento de água (ETA), pois a da sede não tem capacidade para também tratar para o interior. É possível fazer, temos a barragem da usina (Pampa Sul) que podemos ter acesso a água. Então temos que começar a pensar em algo definitivo, chega de empurrar com a barriga, porque não tá dando mais, tá criando calo na barriga”, concluiu.
CONCURSO
Sobre o assunto, o vereador Léo Lopes (PSDB), disse que apesar de algumas evoluções do município, quase que diariamente o assunto saneamento é cobrado de alguma forma. Ele ainda acredita numa solução estatal, dizendo da necessidade de concurso público para o Setor de Saneamento, lembrando que há somente uma equipe para atender uma cidade com bairros distantes como é Candiota. “Vereadores vem cobrando e eu me somo a essa pauta, por concurso público e ao fomento ao quadro de servidores da nossa Prefeitura. É inadmissível que um município como o nosso, com a singularidade que carrega, onde o bairro mais próximo do outro tem cerca de 4 a 5 km, nós tenhamos tão somente uma equipe para atender toda a demanda do saneamento, toda a demanda estrutural do município. A gente sabe que a equipe se vira, que trabalha, mas não é o suficiente”, afirmou Léo, lembrando que quanto ao concurso público há muitas questões que o envolvem e que por isso ele pede uma ampliação do debate.
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