É comum a manchete deste tipo de matéria ser o contrário, ou seja, que os vereadores aprovaram um projeto por unanimidade.
Porém, não é de hoje, que a base do governo do prefeito Felipe da Feira (PTB), na câmara pinheirense, não possui um alinhamento mais profundo. Os vereadores da chamada bancada de situação, sendo que dois deles, Rogério Moura e André Kisuco (ambos do PSB), são pré-candidatos a prefeito e vice respectivamente, sempre votaram conforme o tema e não por alinhamento com o governo. Faz parte, teoricamente da base ainda, o vereador Paulinho Alves (PP).
Na última terça-feira, 2, o projeto de lei 13/2016 foi rejeitado pela unanimidade dos vereadores. O projeto previa a contratação em caráter temporário por processo seletivo simplificado, dois professores, três operários, dois motoristas e um auxiliar de serviços complementares. Conforme a justificativa do Executivo, é que os efetivos dos cargos se licenciaram para concorrer nas eleições e por isso a necessidade de reposição.
A principal justificativa de todos os vereadores, inclusive os da base, foi que a prefeitura já está com o índice da folha muito elevado, além de a cidade, segundo os parlamentares, estar carente de estradas, limpeza urbana, iluminação e outros serviços básicos.
PREFEITO LAMENTA – O prefeito Felipe da Feira em princípio amenizou a posição dos vereadores governistas, dizendo que ele mesmo os liberou para votarem como quisessem, pois o placar já estava definido. Por outro lado, o prefeito lamentou a não aprovação, evidenciando, por exemplo, que a prefeitura já tem dificuldades na limpeza dos prédios públicos em função das ausências.
Em tom de crítica, Felipe lembrou que a câmara de vereadores possui dois funcionários, um auxiliar de serviços complementares e um motorista, cedidos pela prefeitura. Também ele lembrou que esta semana um motorista do quadro se aposentou. “Ainda enfrentamos uma denúncia anônima de desvio de funções para complicar mais. Eu lamento a não aprovação, porque caso não fosse necessário eu jamais pediria a contratação. No fim, haverá despesa igual, porque no caso dos professores teremos que aumentar a carga horária de alguns do quadro, pois não podemos deixar as crianças sem aulas”, disse.
Num entendimento com ao presidente da câmara, Geovane Teixeira (PSDB), o auxiliar de serviços complementares que atua hoje no Legislativo também fará algumas horas diárias na prefeitura durante o período eleitoral.