LUTO

Wagner Lopes Pinto: Candiota, sindicalismo e luta pelo carvão perdem um dos seus grandes combatentes

Wagner lutava contra um câncer desde 2019 e faleceu aos 64 anos Foto: Arquivo TP

A vida de Wagner Lopes Pinto sempre foi de muita luta. Ele lutou um bocado também nos últimos anos (desde 2019), pela sua própria vida contra um câncer. Infelizmente, ao final da noite desta quarta-feira (6), na Santa Casa de Misericórdia, em Porto Alegre, sua luta por aqui chegou ao fim. Ele faleceu aos 64 anos.

Wagner nasceu e se criou em Candiota, no então distrito de Dario Lassance, quando ainda pertencia a Bagé (hoje a sede do município). Viveu na mesma rua, a Ernesto Dorneles, desde sempre. Em 1979 ingressou na Companhia Riograndense de Mineração (CRM), onde se aposentou. Em 1983, se casou com dona Rosimar, companheira de vida que lhe acompanhou até o último minuto.

Quando Candiota decidiu ter seu próprio Sindicato dos Mineiros, Wagner estava lá na primeira fila. Ele foi um dos fundadores da entidade, fazendo parte da primeira diretoria comandada pelo não menos saudoso Paulo Munhoz.

Depois, com muita experiência acumulada, Wagner foi eleito para presidir o glorioso sindicato em 2007. A categoria dos mineiros o reconduziu para mais dois mandatos (três ao todos), tendo deixado a presidência em 2018.

Nos momentos de maior tensão na luta em defesa da maior riqueza de Candiota e da região, o nosso carvão mineral, Wagner novamente estava lá, na infantaria, na linha de frente do combate. Foi ‘general’ no histórico trancamento da ponte do Guaíba, em 2011 – fato que ajudou a garantir a Usina Termelétrica (UTE) Pampa Sul e como reflexo uma segunda ponte para entrada e saída da capital de todos os gaúchos e gaúchas.

Também, travou inúmeras batalhas em defesa da não privatização da CRM e pela sua manutenção como empresa pública.

Como não poderia deixar de ser, depois de sair do comando do sindicato, Wagner decidiu se filiar a um partido, escolhendo o PDT de Leonel Brizola. Além de presidir a sigla, ele concorreu a vereador em 2020, tendo obtido 125 votos e ficando na primeira suplência.

Mesmo enfermo, nos últimos anos Wagner não arrefeceu o enfrentamento e a luta pelas causas que julgava justas.

O corpo dele foi trasladado para Candiota e está sendo velado na Capela Municipal, com sepultamento previsto para logo mais, às 18h, no Cemitério local.

Ele deixa a esposa Rosimar, as filhas Diaine e Dieinefer, além do netos Pedro e Inácio, e a neta Valentina.

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