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Desgaste político e de saúde foram as justificativas para a decisão de Zé Antônio Foto: Arquivo TP
No final da tarde desta terça-feira (5), em conversa exclusiva por telefone com a reportagem do Tribuna do Pampa, o atual prefeito de Pinheiro Machado afirmou que não vai ser candidato nas próximas eleições municipais. Segundo Zé Antônio (PDT), a decisão já foi comunicada ao partido.
Na oportunidade, o gestor dizia que o próximo prefeito vai enfrentar um desafio muito grande, tanto em razão da realidade financeira do município, quanto pelas imposições da União para repassar o auxílio emergencial pelos impactos da pandemia do novo coronavírus – entre elas não poder aumentar o salário do funcionalismo até 2021. Questionado se já havia decidido sobre seu futuro político, Zé Antônio disse que vai parar por aqui. “Se as eleições acontecerem esse ano eu não vou concorrer e isso já está decidido, comuniquei ao partido inclusive. Caso o mandato seja estendido em função do coronavírus eu vou seguir até o fim, mas não concorro mais. Está muito difícil governar, eu tenho tido um desgaste muito grande e não é só político – porque esse é normal acontecer, mas minha saúde também está sendo afetada, isso não é bom”, afirmou.
PARTIDO – O presidente do PDT local, Paulo Fernando Martins, o Nonô, disse ao TP, que o partido de forma oficial ainda não foi informado da decisão do prefeito, mas que em se confirmando, a ideia do PDT é a manutenção da coligação atual, formada ainda por PSDB e MDB. “Defendemos que uma pesquisa escolha o candidato. Pretendemos apresentar dois nomes para esta escolha”, disse.
Carlos Ernesto Betiollo concorreu em Candiota no último pleito,
mas transferiu seu título novamente para Pinheiro Machado Foto: Arquivo TP
CANDIDATO DA SITUAÇÃO – Com a decisão de Zé Antônio, o cenário político já sugere novas movimentações para o próximo pleito no município. Em março deste ano, o tucano Carlos Ernesto Betiollo transferiu seu título eleitoral novamente para Pinheiro Machado. Na época, a reportagem procurou o ex-prefeito, que foi cauteloso quando questionado sobre a iniciativa ser um indicativo de candidatura. “Ainda temos um prefeito e a preferência é dele para ser o candidato se assim desejar”, falou na época.
Na noite desta quarta-feira (6), o jornal procurou Betiollo mais uma vez, que comentou sobre a decisão de Zé Antônio. “A afirmativa do prefeito de não querer concorrer é sim um grande passo para que eu possa ser candidato. Eu sempre falava que dependia muito das decisões dos partidos que compõem o governo, mas também dependo de outros apoios. Estou buscando fazer uma grande coalizão – não posso dizer que vamos conseguir um consenso, porque isso é algo muito difícil, mas sim uma coalizão forte de partidos e pessoas que possam resolver os problemas do município”, disse.
Conforme opinou, Pinheiro Machado não vai conseguir solucionar os problemas com uma pessoa só e disse que a união de esforços será um diferencial no momento de crise. “Esse é o meu sonho, a minha ideia e gostaria muito que se realizasse porque tenho consciência de que Pinheiro Machado não precisa de um salvador da pátria. O problema é muito maior e vai precisar de muitos salvadores da pátria – várias pessoas que venham a fazer parte de um governo, e mesmo que não façam parte, que estejam ali para ajudar a resolver o problema crítico que o município se encontra no momento. Não será muito simples não, mas acho que vai ser um desafio interessante e que qualquer pessoa gostaria de estar à frente”, finalizou.
CANDIDATO DA OPOSIÇÃO – Até o momento, o vereador Gilson Rodrigues (PT) continua sendo o único que lançou seu nome oficialmente como pré-candidato a prefeito de Pinheiro Machado.
